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China acusa EUA de chantagem após nova ameaça comercial

19 de junho de 2018

Trump diz que pode cobrar taxas adicionais de 10% sobre importações chinesas, no valor de US$ 200 bilhões, dias após Pequim reagir a sobretaxas americanas. Governo chinês promete nova resposta "enérgica".

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Contêineres em porto chinês
Contêineres em porto chinês: Trump impôs tarifas alfandegárias de 25% contra produtos chineses que contenham "tecnologias industrialmente significativas"Foto: Reuters/Aly Song

A China acusou nesta terça-feira (19/06) os Estados Unidos de fazerem "chantagem", repercutindo as ameaças do presidente americano, Donald Trump, de impor novas taxas aduaneiras sobre produtos chineses, e advertiu que tomará "contramedidas enérgicas".

"Se os Estados Unidos perderem o bom senso e publicarem uma lista [de produtos visados], a China se verá na obrigação de adotar uma combinação de medidas quantitativas e qualitativas em forma de enérgicas represálias", afirmou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado.

"Os EUA iniciaram uma guerra comercial e violaram as leis do mercado. Eles não cumpriram a tendência atual de desenvolvimento do mundo, prejudicaram o interesse de pessoas e empresas da China e dos EUA e prejudicaram o interesse de todos os povos do mundo", continua a nota.

Nesta segunda-feira, Trump ameaçou impor taxas alfandegárias adicionais de 10% sobre importações chinesas, no valor de 200 bilhões de dólares, em resposta às represálias chinesas pelas tarifas que Washington havia imposto. O presidente afirmou que pediu a seu representante de comércio exterior, Robert Lighthizer, para "identificar" produtos chineses que deverão ser afetados.

"Uma vez que se complete o processo legal, essas tarifas entrarão em vigor se a China se negar a mudar suas práticas, e também se insistir em seguir adiante com as novas tarifas que anunciou recentemente", disse Trump.

Na semana passada, Trump anunciou tarifas alfandegárias de 25% sobre importações chinesas, no valor de 50 bilhões de dólares, tendo como alvo produtos que contenham "tecnologias industrialmente significativas".

A medida provocou uma resposta na mesma moeda por parte de Pequim, que decidiu impor tarifas adicionais de 25% sobre mais de 600 produtos originários dos Estados Unidos, também no valor de 50 bilhões de dólares. Os itens afetados incluem produtos agrícolas e veículos automotivos, dois dos setores mais sensíveis para o país.

"Isso é inaceitável. Outras medidas devem ser tomadas para encorajar a China a mudar suas práticas [comerciais] injustas, abrir seu mercado aos produtos americanos e para que aceite uma relação comercial mais equilibrada com os Estados Unidos", afirmou Trump, através de nota, após a reação de Pequim.

Um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado na semana passada prevê que as consequências das novas tarifas impostas por Trump poderão causar sérios danos ao sistema de comércio global e à própria economia americana.

O FMI alerta que um provável "ciclo de reações retaliatórias" poderá causar danos à economia mundial, resultando em uma ruptura nas cadeias internacionais de comércio.

MD/efe/lusa/afp

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