1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Processo

9 de março de 2009

Suíço acusado de chantagear Susanne Klatten, filha do fundador da BMW, e três outras mulheres ameaçava amantes com divulgação de vídeos íntimos.

https://p.dw.com/p/H8bR
Klatten não foi a única vítimaFoto: picture-alliance/ dpa

Nesta segunda-feira (09/03), o suíço Helg S. foi condenado pelo Tribunal Regional de Munique a seis anos de reclusão por enganar e chantagear quatro mulheres, entre as quais a mais rica da Alemanha, Susanne Klatten, filha do fundador do império da BMW.

No início do julgamento, Helg S. confessou ter seduzido as quatro mulheres e ter-lhes extorquido 9,4 milhões de euros. Ele afirmou "lamentar profundamente o ocorrido" e pediu desculpas às vítimas de sua chantagem.

O suíço de 44 anos confessou ter usado de afirmações falsas para pressionar as amantes. Ele admitiu ter ameaçado Klatten e outra mulher de divulgar vídeos de cenas íntimas, realizados secretamente durante seus encontros.

Confissão detalhada do réu suíço

Herbert und Johanna Quandt 1971
Herbert e Johanna Quandt, em 1971Foto: picture alliance/dpa

O advogado de Helg S. informou que seu cliente não responderia perguntas sobre possíveis cúmplices, sobre o paradeiro dos vídeos e dos milhões de euros extorquidos. A pedido da defesa, a Promotoria Pública não divulgou o nome das outras três mulheres envolvidas.

Devido à detalhada confissão do réu suíço, o Tribunal Regional de Munique dispensou Klatten e as demais vítimas de depor como testemunhas no espetacular processo.

O veredicto da corte de Munique ficou abaixo da pena de nove anos exigida pela Promotoria. O juiz responsável afirmou que Helg S. não deverá contar com sua libertação após cumprimento de dois terços da pena, pois presume-se que ele continuaria a ter acesso ao dinheiro da chantagem.

Quanto ao suposto cúmplice, Ernano B., o porta-voz da Promotoria Pública de Munique explicou que a própria Justiça italiana pretende levá-lo a julgamento.

Golpe da menina atropelada

Auftakt gegen mutmaßlichen Klatten Erpresser
Julgamento final durou quatro horasFoto: picture-alliance/ dpa

Considerado um amante atencioso, o suíço conhecera a bilionária alemã de 46 anos em julho de 2007, num spa próximo a Innsbruck, na Áustria. Os dois iniciaram uma relação amorosa. Helg S., que fazia se passar por assessor do governo suíço, conseguiu fazer com que Klatten lhe desse sete milhões de euros, afirmando que atropelara uma menina nos EUA e que teria agora que se responsabilizar pela pensão vitalícia da criança paraplégica.

Nas semanas seguintes, o amante suíço tentou convencer Klatten a abandonar seu marido e seus três filhos. Para financiar o sustento de Helg S., Klatten também deveria investir 290 milhões de euros numa fundação.

Após Klatten ter recusado a proposta e terminado o relacionamento de dois meses com o suíço, Helg S. passou a chantageá-la, ameaçando divulgar vídeos íntimos e enviar cartas à família, à diretoria de suas empresas e à imprensa. Inicialmente, ele exigiu 49 milhões de euros; mais tarde, 14 milhões.

Após a denúncia da empresária à polícia, o suíço passou um ano em prisão preventiva. Helg S. também aplicou o golpe da menina atropelada em três outras mulheres que conhecera em um hotel de luxo na Suíça. De duas delas, o amante conseguiu 2,4 milhões de euros.

Klatten era conhecida por sua discrição

Juntamente com sua mãe e irmão, Susanne Klatten detém 46,6% das ações da montadora bávara BMW. Além disso, ela é a principal acionista da empresa química Altana.

Klatten era conhecida por sua discrição. Até poucos meses, ninguém conhecia seu rosto. Desde que o escândalo estourou, em novembro passado, seu retrato não sai dos jornais.

Klatten conheceu seu marido quando fazia estágio na BMW sob o pseudônimo de Susanne Kant. Somente mais tarde ela revelaria sua verdadeira identidade. Segundo o jornal alemão Bild, o marido de Klatten afirmou estar do lado da esposa durante o doloroso processo.

CA/SM/dpa/reuters/ap