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Cerimônia lembra atentado contra israelenses nas Olimpíadas de 1972

5 de setembro de 2012

Durante evento, governador da Baviera anunciou criação de monumento em memória dos mortos. Presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha criticou segurança e continuidade, mesmo após mortes, dos Jogos de 1972.

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Foto: Reuters

Políticos, religiosos, sobreviventes e familiares participaram de uma celebração nesta quarta-feira (05/09), em memória das vítimas do atentado ocorrido há 40 anos durante as Olimpíadas de Munique.

Durante evento na pista de pouso de Fürstenfeldbruck, onde ocorreu a maioria das mortes, o governador da Baviera, Horst Seehofer, anunciou que Munique deverá ganhar um memorial para lembrar os 11 desportistas judeus mortos no episódio, ocorrido em 1972.

"Não podemos curar as feridas, mas podemos tentar aliviar as dores", afirmou Seehofer. O memorial foi um pedido do vice-primeiro-ministro israelense, Silvan Shalom, que durante a cerimônia ressaltou que o atentado ocorrido em solo alemão ainda hoje é lembrado com tristeza pelos judeus.

As celebrações haviam começado logo cedo, na rua onde ficava a Vila Olímpica. Cerca de 500 pessoas de vários países participaram do evento no campo de pouso. Cruzes e pedras foram colocadas em frente à torre, onde também foram acendidas velas e plantadas árvores em homenagem aos mortos.

No dia 5 de setembro de 1972, terroristas palestinos invadiram a Vila Olímpica e mataram, inicialmente, dois integrantes da comissão israelense. Na tentativa de resgate, em Fürstenfeldbruck, eles mataram nove reféns e um policial alemão.

Críticas à segurança

O presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Dieter Graumann, lembrou durante a cerimônia que o drama das vítimas do episódio é, para os israelenses, algo muito presente e dramático. Ele criticou as autoridades alemãs e os funcionários das Olimpíadas de Munique. "As autoridades de segurança da época mostraram um amadorismo desastroso, como nunca poderíamos ter imaginado", afirmou Graumann. "E não houve um resquício de autocrítica".

Silvan Shalom (c.) e parentes de vítimas participaram da celebração em Munique
Silvan Shalom (c.) e parentes de vítimas participaram da celebração em MuniqueFoto: Reuters

Graumann considerou "fria" a decisão do Comitê Olímpico Internacional de ter continuado os Jogos após uma curta interrupção por causa do atentado. Para ele, a frase "the games must go on" (os jogos têm que continuar), dita pelo então presidente do COI Avery Brundage, expressou que "que o sangue judeu não valia muito aos olhos do mundo".

A ex-presidente do Conselho e atual presidente da Comunidade Israelense de Munique e Alta Baviera, Chalotte Knobloch, afirmou que o atentado não foi apenas um ataque a Israel e aos judeus, mas "contra todos, contra o espírito olímpico, contra a visão de liberdade e paz de todas as pessoas".

Durante a celebração, Silvan Shalom agradeceu as homenagens e fez um alerta em seu discurso sobre o programa nuclear iraniano. "A comunidade internacional precisa enfrentar o Irã com determinação". Segundo ele, o governo de Mahmoud Ahmadinejad quer construir uma bomba atômica e destruir Israel.

MSB/dpa/dapd/sid
Revisão: Carlos Albuquerque