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CD com dados bancários

20 de fevereiro de 2010

Mais de 3 mil sonegadores "arrependidos" se entregaram ao fisco alemão nas últimas semanas. Notícia de compra de CD com dados de contas na Suíça é tida como motivo para enxurrada de autodelações.

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Dados em CD podem ser causa das autodelaçõesFoto: picture-alliance / dpa

Mais de 3 mil sonegadores de impostos se entregaram voluntariamente às autoridades alemãs nas últimas semanas. A enxurrada de confissões é atribuída à notícia de que o governo da Alemanha está prestes a comprar um CD com dados de mais de 1,5 mil sonegadores que têm dinheiro não declarado em contas na Suíça.

De acordo com reportagem publicada neste sábado (20/02) pelo jornal Die Welt, 3.220 cidadãos recorreram às autoridades fiscais para registrar queixa contra si próprios. Cada um deles deve pagar entre 100 mil e 150 mil euros, em média, de impostos atrasados. Segundo o jornal, o dinheiro arrecadado desta forma pelo fisco alemão deve superar os 480 milhões de euros.

Perdão a "arrependidos" é controverso

Segundo a lei alemã, sonegadores arrependidos que se entregam às autoridades fiscais antes de serem alvos de investigações não sofrem punições, escapando de um processo. Para isso, basta que paguem os impostos atrasados dentro de um prazo definido, acrescidos de juros.

Esse perdão para quem se autodenuncia antes de cair na malha do fisco vem sendo motivo de críticas entre políticos de governo e oposição.

"A enxurrada de autodenúncias já põe em questão o fato de que sonegadores que se entregam acabem ficando praticamente na mesma situação do que aqueles que desde o começo pagam seus impostos honestamente", avalia Leo Dautzenberg, especialista em finanças da bancada democrata-cristã no Parlamento alemão.

Os social-democratas pretendem modificar a lei a partir de 2011, para impedir "privilégios" para sonegadores que se entregam antes de serem descobertos pelo fisco.

Informante pediu 2,5 milhões de euros

O governo alemão anunciou no começo do mês estar disposto a comprar um CD com dados de transações bancárias não declaradas ao fisco de 1,5 mil clientes alemães de bancos suíços. Um informante anônimo estaria querendo 2,5 milhões de euros pelas informações, que teriam sido obtidas ilegalmente.

Em 2008, o governo alemão havia comprado dados roubados sobre clientes do banco LGT, em Liechtenstein, por cinco milhões de euros.

MD/apn/dpa

Revisão: Roselaine Wandscheer