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Católicos celebram inédita cerimônia de canonização de dois papas

26 de abril de 2014

Cerca de 500 mil peregrinos participarão de cerimônia no Vaticano, que terá presença de dois papas vivos – Francisco e o emérito Bento 16. Após confirmação de milagres, João 23 e João Paulo 2° serão declarados santos.

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Papst Franziskus kündigt die Heiligsprechung von Johannes Paul II und Johannes XXIII an
Papa Francisco anuncia canonização de João Paulo 2° e João 23Foto: Reuters/Osservatore Romano

Mais de 500 mil pessoas são esperadas no Vaticano para a canonização, neste domingo (27/04), de dois antecessores do papa Francisco: o italiano João 23 e o polonês João Paulo 2°. Delegações de mais de 50 países, como também ao menos 43 chefes de Estado e governo, marcarão presença na cerimônia. Também o papa emérito Bento 16 deverá estar presente e vai concelebrar a missa de canonização dos dois papas.

Os hotéis em Roma estão lotados há semanas. Uma zona de segurança foi erguida em torno no Vaticano. A área entre a Basílica de São Pedro e as margens do rio Tibre virou um espaço apenas para pedestres. Em diversos locais da cidade foram posicionados telões para que as pessoas fora da Praça de São Pedro possam acompanhar a canonização dos dois papas.

Processo de canonização

Na Igreja Católica Romana, a canonização é uma declaração solene do papa sobre o exemplo da vida cristã de uma pessoa. Ela é precedida por um processo religioso em várias instâncias, que deve comprovar que um milagre foi realizado pela intercessão divina do falecido. Após a cerimônia religiosa que consuma a canonização, aquele declarado santo pode ser venerado por fiéis em todo o mundo.

No caso do papa João Paulo 2°, nunca um processo de canonização foi finalizado com tanta rapidez – o que levou a imprensa italiana a chamá-lo de "Santo Súbito". Segundo as regras estabelecidas pelo próprio João Paulo 2° em 1983, o processo de beatificação, que antecede ao da canonização, deve ser aberto somente cinco anos após a morte do candidato. Mas Bento 16 outorgou uma regra de exceção já no dia do primeiro aniversário de morte de João Paulo 2°, em 2006. Cinco anos depois, Bento 16 beatificou o papa polonês.

Para a beatificação do papa morto em 2005, foi reconhecido como milagre o caso de uma francesa que sofria do mal de Parkinson. O segundo milagre necessário para a canonização de João Paulo 2° foi, segundo a comissão de médicos, a cura de uma mulher da Costa Rica. No dia da beatificação de João Paulo 2°, ela orou para que ele a curasse de um aneurisma cerebral que colocava sua vida em risco.

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Canonização na Praça de São Pedro em 2013Foto: Filippo Monteforte/AFP/Getty Images

Milagres dos papas

A João 23 foi atribuída a cura da religiosa italiana Caterina Capitani, que esteve a ponto de morrer por uma perfuração gástrica hemorrágica. Ela conta que, após pedir um milagre a João 23, conseguiu sobreviver.

Com estes supostos milagres realizados por intercessão divina dos pontífices, João 23 e João Paulo 2° subiram oficialmente aos altares como beatos da Igreja Católica – o primeiro em 2000 e, o segundo, em 2011.

No caso de João 23, o papa Francisco decidiu decretá-lo Sua Santidade no ano passado, apesar de não ter sido certificado um segundo milagre – algo também considerado novo no processo habitual de canonização.

Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o "grau de virtude" do papa que convocou o Concílio Vaticano 2° seria "bem conhecido". Por esse motivo, um segundo milagre não seria necessário para a canonização do religioso, falecido em 1963.

CA/dpa/kna/epd/afp