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Grandes perdas

5 de janeiro de 2012

Segundo a maior seguradora mundial, Munich Re, desastres em 2011 levaram a perdas de 380 bilhões de dólares, superando o recorde de 2005. Mais de dois terços dos prejuízos foram causados pela catástrofe no Japão.

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Tragédia no Japão foi catástrofe natural mais cara de todos os tempos
Tragédia no Japão foi catástrofe natural mais cara de todos os temposFoto: dapd

Além das irreparáveis perdas humanas, as catástrofes naturais que castigaram o planeta em 2011 causaram um prejuízo recorde em termos financeiros. Segundo a maior seguradora mundial, a alemã Munich Re, os 820 grandes desastres em todo o planeta no ano passado geraram 380 bilhões dólares. Só o terremoto e o tsunami do Japão – considerados a catástrofe natural mais cara de todos os tempos – trouxeram prejuízos avaliados em 210 bilhões de dólares.

A impressionante soma do ano passado ficou bem acima da média dos últimos anos, de cerca de 75 bilhões de dólares. E também bateu os números até então recordes de 2005, por conta do tsunami na Indonésia e do furacão Catrina nos Estados Unidos, quando as perdas alcançaram 220 bilhões de dólares.

De acordo com a Munich Re, consequentemente as indenizações das seguradoras aos clientes também chegaram a um valor recorde: foram 105 bilhões de dólares, sendo que pouco mais de um terço deste montante – entre 30 e 40 bilhões – foram destinados a vítimas no Japão. O terremoto ocorrido na Nova Zelândia em fevereiro do ano passado ocasionou outros 13 bilhões de dólares em ressarcimentos.

Enchentes e deslizamentos de terra no Brasil mataram 1.348
Enchentes e deslizamentos de terra no Brasil mataram 1.348Foto: picture-alliance/dpa

"Felizmente uma série de desastres naturais tão graves acontece apenas raramente, provavelmente uma vez em uma centena de anos", afirmou Torsten Jeworrek, membro do Conselho Executivo da Munich Re. Ele explica que geralmente os principais causadores de prejuízos para as seguradoras são catástrofes naturais relacionadas ao clima. Por isso as grandes perdas registradas no ano passado com terremotos são consideradas incomuns, já que nos anos anteriores os prejuízos por tremores de terra representaram apenas 10% dos ressarcimentos feitas pelas seguradoras por causa de desastres naturais.

Mesmo assim, o chefe do Departamento de Geologia da Munich Re, Peter Höppe, garante que o risco de terremotos em todo o mundo não aumentou.

Os mortos

A resseguradora alemã destaca que o tremor do Japão foi "o maior desastre de todos os tempos". Ainda assim, os prejuízos foram considerados "moderados" para a infraestrutura do país por conta dos duros regulamentos para construções impostos pelo governo japonês. O tsunami que veio na sequência, matando 16 mil pessoas, foi muito mais devastador, avalia a empresa.

Segundo cálculos da Munich Re, apesar das grandes perdas financeiras, o número de mortos devido às catástrofes naturais durante todo o ano passado foi considerado baixo: 27 mil. Os deslizamentos de terras e as enchentes do Brasil também contribuíram para a estatística, com 1.348 falecimentos.

A soma, porém, não leva em conta as mortes causadas pela seca no Chifre da África. Já em 2010, o número de mortos chegou a 296 mil – quatro vezes mais do que a média anual dos últimos 30 anos.

Desastre climático

O maior desastre climático registrado no ano passado foram as enchentes na Tailândia, segundo levantamento da seguradora alemã. Foram registradas cerca de 800 mortes e um prejuízo de pelo menos 10 bilhões de dólares, atrapalhando ainda as produções de carros e de manufaturados eletrônicos japoneses no país.

Enchentes na Tailândia: maior desastre climático de 2011
Enchentes na Tailândia: maior desastre climático de 2011Foto: AP

A Munich Re acredita que a tendência é que os danos causados por desastres naturais aumentem nos próximos anos devido às mudanças climáticas e ao fato de nas áreas mais suscetíveis a infraestrutura ser mais cara.

Apesar das perdas com indenizações, a resseguradora contabilizou um ganho de 46 bilhões de euros em 2010, um lucro de 2,4 bilhões euros.

MSB/rtr/dapd/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer