1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Candidatos ao Planalto dão últimas cartadas antes da eleição

1 de outubro de 2022

Lula encerra campanha em São Paulo, depois de passar por Rio, Bahia e Ceará, e Bolsonaro faz ato em Joinville, após liderar motociatas na capital paulista e em Poços de Caldas e disseminar factoides sobre o pleito.

https://p.dw.com/p/4HdMb
Montagem com fotos de Bolsonaro, em uma moto, e Lula
Bolsonaro e Lula estiveram em São Paulo neste sábadoFoto: AFP

Os principais candidatos ao Palácio do Planalto aproveitaram os últimos dias antes da eleição deste domingo (02/10), para viajar a redutos eleitorais e tentar atrair votos que podem ser decisivos para determinar se a disputa terá ou não segundo turno.

As campanhas priorizaram carretas, caminhadas e, no caso do presidente Jair Bolsonaro (PL), motociatas. A legislação eleitoral proíbe comícios nos dois dias anteriores ao pleito.

Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira apontou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa, com 50% das intenções de votos válidos, no limite de vencer no primeiro turno, contra 36% de Bolsonaro. Ciro Gomes (PDT) tem 6% e Simone Tebet (MDB), 5%.

Lula esteve no Rio, São Paulo, Bahia a Ceará

O petista participou de eventos em quatro diferentes estados em dois dias e fez as primeiras visitas de sua campanha a Bahia e Ceará, em busca de votos que possam lhe garantir uma vitória no primeiro turno e para transferir apoio a seus candidatos a governador e senador.

Neste sábado (01/10), Lula fez uma caminhada pela Rua Augusta, em São Paulo, acompanhado do seu candidato a vice e ex-governador paulista, Geraldo Alckmin, do candidato do PT ao governo do Estado, Fernando Haddad, e do candidato do PSB ao Senado, Márcio França, que também já comandou o Palácio dos Bandeirantes.

A disputa ao governo paulista deve ir para o segundo turno. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira, Haddad tem 41% dos votos válidos, contra 31% de Tarcísio de Freitas (Republicanos) – apoiado por Bolsonaro – e 22% do atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), que disputa a reeleição.

Na sexta-feira, Lula começou o dia dando uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro, acompanhado de Marcelo Freixo (PSB), candidato a governador do Rio, e André Ceciliano, candidato do PT ao Senado.

A decisão sobre o governo do Rio também deve ser no segundo turno. A disputa é liderada pelo atual governador, Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira, ele tem 44% das intenções de votos válidos. Freixo vem em segundo, com 31%. Em terceiro está Rodrigo Neves (PDT), com 11%.

Em seguida, Lula foi a Salvador, onde fez uma carreata na Cidade Baixa acompanhado do governador da Bahia, Rui Costa (PT), e do candidato do PT à sua sucessão, Jerônimo Rodrigues. Também participou o senador Otto Alencar (PSD), candidato à reeleição com o apoio do PT.

No estado, Jerônimo tenta levar a disputa ao segundo turno. A pesquisa Ipec mais recente, divulgada em 23 de setembro, colocava ele em segundo, com 32%, enquanto ACM Neto, do União Brasil, pontuava 47%. O PT local esperava que a presença do ex-presidente desse impulso ao seu candidato.

Depois, Lula seguiu para Fortaleza, onde fez uma caminhada ao lado de Elmano de Freitas, candidato do PT ao governo do Ceará, e Camilo Santana, ex-governador do estado e candidato do PT ao Senado.

Pesquisa Ipec divulgada em 22 de setembro deu 30% de intenções de voto Elmano, em empate técnico com Capitão Wagner (União Brasil), com 29%. No início do mês, o petista tinha 19% das intenções de voto e Capitão Wagner, 32%, o que sugere possibilidade de virada no estado.

O Ceará é o estado de Ciro, onde PT e PDT tradicionalmente se coligavam. Neste ano, porém, houve uma cisão entre Ciro e membros de sua família e ex-aliados. Ambos os partidos lançaram candidatos ao governo. E, contra a vontade de Ciro, seus irmãos, o senador Cid Gomes e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, fizeram campanha para o petista Camilo Santana ao Senado.

Bolsonaro foi a Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais

O presidente encerra sua campanha neste sábado em Joinville (SC), um forte reduto bolsonarista com um colégio eleitoral relativamente pequeno. No estado que deu quase 76% dos votos para Bolsonaro em 2018, a popularidade do presidente segue em alta.

Pesquisa Ipec divulgada em 21 de setembro aponta que o presidente contava com 49% das intenções de voto totais em Santa Catarina, enquanto Lula somava apenas 27%.

No estado, quatro dos cinco candidatos mais bem colocados para conquistar o Executivo declaram apoio a Bolsonaro. O nome do partido do presidente, o PL, é o senador Jorginho Mello, que soma 29%. Ele é seguido pelo atual governador, Carlos Moisés (Republicanos), que busca a reeleição e tem 23% das intenções de voto, segundo o Ipec.

Antes de ir a Joinville, Bolsonaro fez no sábado uma motociata em São Paulo, levando na garupa da moto Tarcísio, seu candidato ao governo do estado e posicionado para ir ao segundo turno.

Na sexta-feira, o presidente foi a Poços de Caldas (MG), onde participou de uma motociata, cumprimentou eleitores em frente ao estádio municipal e fez o trajeto de volta ao aeroporto em cima de uma caminhonete.

No debate da TV Globo, na quinta-feira, o último antes do primeiro turno, Bolsonaro adotou uma postura de "vale tudo" contra Lula e chamou o petista "presidiário" e "traidor da pátria" e recorreu a teorias conspiratórias. Paralelamente, a campanha do presidente renovou seus ataques ao sistema eleitoral.

Na quarta-feira, o PL divulgou uma nota na qual afirma haver sérias falhas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que podem afetar o resultado das eleições, tendo como base auditoria feita pelo próprio partido. Pouco depois, o TSE divulgou uma nota oficial afirmando que as conclusões do PL são "falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade".

Na noite de quarta, em sua live, Bolsonaro ameaçou determinar às Forças Armadas o fechamento de seções eleitorais, com base em um factoide. O presidente insinuou que eleitores vestindo verde e amarelo seriam proibidos de votar, embora não tenha havido nenhuma decisão do TSE nesse sentido.

Ciro encerra campanha no Ceará e Tebet, em São Paulo

Assim como Lula, Ciro também foi ao Ceará na sexta-feira, e permanece no seu estado até a eleição. Segundo a última pesquisa Ipec no estado, Ciro está em terceiro lugar na disputa a presidente entre os cearenses, com 10%, atrás de Bolsonaro, com 18%, e Lula, com 63%.

No sábado, Ciro encerra sua campanha com uma carreata em Fortaleza. Na sexta, ele também comandou uma carreata em Sobral, acompanhado do candidato do PDT ao governo, Roberto Cláudio.

Simone Tebet participou neste sábado de um ato na quadra da escola de samba Caprichosos do Piqueri, na zona norte de São Paulo, mantendo a estratégia de sua campanha de priorizar o colégio eleitoral paulista, o mais numeroso do país. Em seguida, ela viaja para Campo Grande (MS), onde vota no domingo. Na sexta-feira, Tebet havia participado de uma missa na Paróquia São Luiz Gonzaga, em São Paulo.