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Caminhoneiros bolsonaristas bloqueiam estradas em 18 estados

31 de outubro de 2022

Manifestantes se recusam a aceitar derrota de Bolsonaro e tentam incentivar golpe de Estado fechando estradas pelo país. Bloqueios ocorrem em ao menos 140 pontos. Representantes da categoria se distanciam da ação.

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Caminhoneiros bolsonaristas sentados em frente a uma fila de caminhões em rodovia no Mato Grosso
Bloqueio em rodovia no Mato GrossoFoto: Rogerio Florentino/REUTERS

Após a derrota do presidente Jair Bolsonarona eleição presidencial, caminhoneiros bolsonaristas bloquearam estradas em ao menos 18 estados e no Distrito Federal para contestar o resultado. Ao menos 140 bloqueios foram registrados entre a noite de domingo e esta segunda-feira (31/10).

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o fechamento das rodovias ocorre em locais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Pará, Acre, Amazonas, Tocantins, Roraima e Distrito Federal.

Entre as rodovias que são alvo da ação dos bolsonaristas estão a Via Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, que foi totalmente bloqueada nos dois sentidos, a BR-101 em Santa Catarina, a BR-163 no Pará e no Mato Grosso, e a BR-116 no Rio Grande do Sul.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram os motoristas usando os caminhões para bloquear o trânsito ou fazendo barricadas com pneus queimados. Em vários vídeos, caminhoneiros que participam dos bloqueios pedem intervenção militar ou se recusam a reconhecer o resultado das urnas.

Em gravações obtidas pelo portal UOL, os manifestantes pedem ajuda às Forças Armadas. "Não podemos liberar. [São] 72 horas para o Exército tomar conta. Se nós precisar ficar além das 72 horas... travou, não libera nada. Nós só saímos das ruas na hora em que o Exército tomar o país", diz um dos supostos líderes da ação.

Nesta segunda, o Ministério Público Federal (MPF) abriu apurações sobre as circunstâncias da mobilização e cobrou providências da PRF. A corporação terá 24 horas para prestar esclarecimentos sobre os bloqueios.

Representantes da categoria se distanciam de golpistas

Diversas lideranças da categoria se distanciaram da ação e pediram o fim dos bloqueios. Em nota, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), que representa os caminhoneiros no Congresso, afirmou não existir uma manifestação organizada e ressaltou que a categoria reconhece a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Esses atos que estão acontecendo desde ontem pelo Brasil não são pautas, e essas pessoas não representam os caminhoneiros", disse ainda Crispim em entrevista ao UOL. "A categoria dos caminhoneiros, através da frente parlamentar dos caminhoneiros, a qual eu represento, aceita o resultado das eleições", acrescentou.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti, classificou a manifestação de antidemocrática e destacou que os atuais bloqueios não defendem os interesses da categoria. Já o presidente da Associação Nacional de Transportes do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, afirmou que a ação está sendo organizada por apenas alguns indivíduos, que estão obrigando os caminhões a pararem na pista.

cn (ots)