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Cai número de refugiados do norte da África na Alemanha

25 de abril de 2016

Redução significativa da chegada de requerentes de asilo da Argélia, Tunísia e Marrocos se deve à lei que classifica Magreb como "países de origem seguros", o que facilita a deportação de seus cidadãos.

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Flüchtlinge aus Nordafrika
Foto: picture-alliance/dpa

A imprensa alemã relata nesta segunda-feira (25/04) uma queda significativa no número de requerentes de asilo provenientes dos três países da região do Magreb. Em janeiro, chegaram à Alemanha mais de 3,3 mil refugiados da Argélia, Tunísia e Marrocos. Em março, esse número caiu para 480.

A reportagem dos jornais do grupo de mídia alemão Funke se baseia num relatório do Departamento Federal de Migração e Refugiados da Alemanha (Bamf, na sigla em alemão), elaborado para o Parlamento alemão. O documento atribui a queda ao fato de as três nações serem consideradas "países de origem seguros". Isso significa que os requerentes de asilo magrebinos podem ser deportados mais facilmente.

"Apenas a discussão para a introdução da lei em janeiro de 2016 bastou para uma redução perceptível das novas chegadas a partir de fevereiro", afirma a reportagem, citando o Bamf.

As chances de argelinos, tunisianos e marroquinos receberem asilo na Alemanha já são praticamente nulas. Das cerca de 26 mil pessoas da região que chegaram ao país em 2015, apenas 2,1% receberam asilo. No primeiro trimestre de 2016, essa porcentagem foi reduzida para 0,7%.

A lei que definiu os países do Magreb como seguros teria sido uma reação do governo alemão aos crimes e agressões sexuais ocorridas durante a noite de réveillon em Colônia. Muitas das vítimas afirmaram que os agressores seriam homens de aparência árabe ou norte-africana.

Outra reportagem publicada pelo jornal alemão Die Welt nesta segunda-feira afirma que, mesmo com a queda do número total da chegada de refugiados na Alemanha, o Bamf enfrenta dificuldades para processar devidamente os pedidos de asilo por não possuir funcionários suficientes.

Um relatório confidencial do Bamf ao qual o jornal afirma ter tido acesso revela que seriam necessários em torno de 2 mil funcionários a mais. Segundo o Welt, o Bamf visa empregar 7,3 mil pessoas em todo o país e em sua sede na cidade de Nurembergue. Até o momento, porém, apenas 5 mil postos de trabalho teriam sido preenchidos.

O Bamf recebe o reforço temporário de funcionários dos Correios, das Forças Armadas e da agência nacional de emprego.

RC/kna/afp/rtr