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Brasileiro "Todos os mortos" disputa Urso de Ouro em Berlim

29 de janeiro de 2020

Filme de Caetano Gotardo e Marco Dutra ambientado no Brasil pós-escravidão, no final do século 19, é selecionado para mostra principal do Festival de Berlim. País também está representado em mostras paralelas.

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Cena de "Todos os mortos"
Cena de "Todos os mortos"Foto: Dezenove Som e Imagens/Hélène Louvart

O longa Todos os mortos, dos brasileiros Caetano Gotardo e Marco Dutra, concorrerá na mostra principal do Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale, deste ano, anunciou nesta quarta-feira (29/01) a organização do evento. 

O filme, que é uma coprodução entre Brasil e França e se passa no final do século 19 e início do século 20, retrata um país em transição, após o fim da escravidão e no início da República. O longa traz uma narrativa sobre o declínio de uma família de São Paulo do ponto de vista de três mulheres: a mãe, Isabel, e suas filhas, Maria e Ana.

A história começa com a morte da serviçal Josefina, que havia sido escrava na fazenda de café da família. A trama se desenrola ao redor de três importantes feriados nacionais: Dia da Independência, Finados e Carnaval, e aborda o processo de modernização da cidade de São Paulo.

O filme concorrerá com produções como The Roads Not Taken, da britânica Sally Porter; Le sel des larmes, do francês Philippe Garrel; Never Rarely Sometimes Always, da americana Eliza Hittman; El prófugo, da argentina Natalia Meta; e Domangchin yeoja (The Woman Who Ran), do sul-coreano Hong Sangsoo.

Anteriormente, Caetano Gotardo dirigiu o filme O que se move, enquanto Marco Dutra foi o diretor de Trabalhar cansa, Quando eu era vivo e O silêncio do céu. Dutra também codirigiu o premiado As boas maneiras em parceria com Juliana Rojas, que é a montadora de Todos os mortos.

"Escolhemos o biênio 1899-1900 porque naquele momento de formação, transformação da sociedade brasileira, encontramos estruturas que permanecem até hoje. Falar sobre a herança da escravidão permite abordar temas como a desigualdade social, o trabalho, a presença do negro na cultura e na sociedade", disse Dutra ao jornal O Estado de S. Paulo.

Na mostra Panorama da Berlinale, a segunda mais importante do festival, o cinema brasileiro estará representado pelos filmes Cidade pássaro, de Matias Mariani; Nardjes A., de Karim Aïnouz; O reflexo do lago, de Fernando Segtowick; e Vento Seco, de Daniel Nolasco. Também participa da mostra a coprodução entre Brasil, Argentina e Suíça Un Crimen Común, dirigida pelo argentino Francisco Márquez.

Na mostra Generation, voltada para o público mais jovem, o Brasil estará presente com Meu nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza; , de Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia; Alice Júnior, de Gil Baroni; e Irmã, de Luciana Mazeto e Vínicius Lopes. 

A mostra Forum Expanded, dedicada a filmes experimentais, terá o documentário Apiyemiyekî, coprodução entre Brasil, França, Holanda e Portugal dirigida pela brasileira Ana Vaz; Jogos Dirigidos, de Jonathas de Andrade; (Outros) Fundamentos, de Aline Motta; Vaga Carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.; e Carta de uma Mulher Guarani em Busca de uma Terra Sem Mal, da cineasta indígena Patrícia Ferreira Pará Yxapy.

Na mostra Forum, o Brasil está representado com Luz nos trópicos, de Paula Gaitán; e Vil, má, de Gustavo Vinagre. 

A 70ª edição da Berlinale será realizada entre os dias 20 de fevereiro e 1º de março.

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