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Brasil vai cancelar acordo com Ucrânia sobre Alcântara

Fernando Caulyt9 de abril de 2015

Projeto para lançamento de foguetes a partir da base no Maranhão será abandonado pelo Brasil por ordem direta de Dilma, diz jornal. Governos já desembolsaram juntos 1 bilhão de reais.

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Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb

O Brasil decidiu cancelar o acordo com a Ucrânia que visava o lançamento de foguetes ucranianos com satélites comerciais a partir da base de Alcântara, no Maranhão, noticiou nesta quinta-feira (09/04) o jornal Folha de S. Paulo. O projeto já teria consumido cerca de 1 bilhão de reais dos dois governos.

De acordo com a publicação, a decisão é da presidente Dilma Rousseff a partir do relatório de um grupo interministerial feito em janeiro, mas ainda não houve comunicação oficial ao governo ucraniano. A alegação é que o custo do lançador de satélites Cyclone-4 é muito alto no momento em que o país passa por um ajuste fiscal.

A DW Brasil contatou a Embaixada da Ucrânia em Brasília, que afirmou que não tem competência para se pronunciar sobre o assunto. Já o Itamaraty não respondeu às questões enviadas pela reportagem até o fechamento da matéria.

Com o fim do acordo com a Ucrânia, os EUA poderão voltar a negociar com o Brasil o uso da base de Alcântara para fins comerciais. Um acordo foi fechado em 2000, mas ficou de lado porque os americanos usariam a base, mas não iriam transferir tecnologia ao país.

O tema poderá voltar à agenda Brasil-EUA, principalmente se Dilma Rousseff realmente confirmar que uma visita a Barack Obama em Washington. A data deverá ser divulgada oficialmente durante a Cúpula das Américas, em 10 e 11 de abril, no Panamá.

De acordo com o jornal de São Paulo, os russos vinham pressionando o fim do acordo com os ucranianos e podem também ofertar lançadores ao Brasil.

O lançador de satélites Cyclone-4 foi oferecido ao Brasil em 2003, para lançamento em 2007, o que não ocorreu. Em 2006 foi constituída uma empresa binacional – a Alcântara Cyclone Space (ACS) – para realizar o projeto, e o lançamento estava previsto para 2010. Por falta de verbas, o negócio se arrastou, e a previsão era de que o foguete fosse lançado em 2015.