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Brasil tem primeiro bebê nascido de útero de doadora morta

5 de dezembro de 2018

Procedimento pioneiro em todo o mundo realizado por hospital de São Paulo aumenta possibilidade de concepção para as mulheres com problemas de fertilidade uterina.

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Menina nascida em dezembro de 2017 está saudável e se desenvolve normalmente
Menina nascida em dezembro de 2017 está saudável e se desenvolve normalmenteFoto: picture-alliance/AP Photo/Dr. Wellington Andraus

Um bebê nascido no Brasil é o primeiro a ser concebido após um transplante de útero de uma doadora morta, informou nesta terça-feira (04/12) a publicação científica The Lancet.

A técnica desenvolvida pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo poderá aumentar a possibilidade de concepção para as mulheres com problemas de fertilidade uterina.

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Realizado em 2016, este foi o primeiro transplante de útero na América Latina. A receptora foi uma mulher de 32 anos que sofria da síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser, que resulta na ausência do útero.

A cirurgia levou mais de dez horas. O órgão doado foi conectado com sucesso às veias, artéria, ligamentos e canais vaginais. Os ovários da paciente estavam em bom estado, o que permitiu que os médicos retirassem os óvulos antes de fertilizá-los e congelá-los.

Depois de sete meses sem que o organismo da paciente rejeitasse o novo órgão, e com a ocorrência de menstruação, foram reintroduzidos os óvulos fecundados, resultando numa gravidez comum.

O bebê nasceu no dia 15 de dezembro de 2017 de uma cesariana na 36ª semana de gravidez. Era uma menina que pesava cerca de 2,5 quilos. Após o parto, o útero foi extraído sem que se encontrasse qualquer anomalia. A mãe e o bebê tiveram alta três dias após o parto.

"Os resultados estabeleceram a comprovação do conceito para o tratamento de infertilidade uterina através do transplante a partir de doadoras mortas, abrindo o caminho para uma gravidez saudável para todas as mulheres com infertilidade uterina", afirmou a equipe médica. A menina está saudável e se desenvolve normalmente.

Outros dez transplantes de úteros de doadoras mortas já haviam sido realizados nos Estados Unidos, República Tcheca e Turquia, mas este foi o primeiro a resultar em um bebê vivo.

O primeiro transplante de útero de doadoras vivas ocorreu na Suécia em 2013. Desde então, 11 bebês nasceram em razão desse procedimento.

RC/efe/dpa

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