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Educação

Brasil segue abaixo da média da OCDE em ranking de educação

Guilherme Becker
3 de dezembro de 2019

Pisa aponta que país melhorou nas categorias leitura, matemática e ciências em relação a 2015, mas segue nas últimas posições. Exame foi feito com 600 mil alunos de até 15 anos de 79 países e regiões.

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Alunos em sala de aula
No Brasil, 11 mil alunos participaram do PisaFoto: DW/N. Pontes

Divulgado nesta terça-feira (03/12), o relatório Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, na sigla em inglês) referente a 2018 aponta que o Brasil melhorou nos quesitos leitura, matemática e ciências em relação à edição anterior, de 2015, mas segue entre os mais mal colocados e abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O Pisa avalia o desempenho escolar de crianças e adolescentes de até 15 anos de idade em 79 países ou regiões. Os 600 mil alunos que fizeram a prova para esta edição representam um universo de 32 milhões de estudantes. No Brasil, 11 mil alunos participaram.

Entre 2015 e 2018, o Brasil melhorou seis pontos em leitura, sete pontos em matemática e três pontos em ciências. No entanto, segue na 57ª posição em leitura, na 70ª em matemática e na 66ª em ciência entre os países e regiões avaliados.

Em 2018, a pontuação média em leitura nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 36 países considerados desenvolvidos, foi de 487 pontos. Em matemática e ciências foi de 489 pontos. 

O Brasil ficou com 413 pontos em leitura, 384 em matemática e 404 em ciências. A China, que lidera em todas as categorias, obteve 555 pontos em leitura, 591 em matemática e 590 em ciências.

Infografik PISA 2018 Lesekompetenz PT

Em relação aos países vizinhos, no quesito leitura, o Brasil está atrás do Uruguai (427 pontos) e à frente da Argentina (402) e da Colômbia (412). O país sul-americano mais bem colocado é o Chile (452).

Em matemática, o Brasil ficou à frente da Argentina (379) e atrás da Colômbia (391). Uruguai (418) e Chile (417) têm os melhores desempenhos entre os sul-americanos.

Em ciências, novamente Chile (444) e Uruguai (426) lideram na América do Sul, com o Brasil empatado com Argentina e Peru (404), duas posições atrás da Colômbia.

Segundo o Pisa, apenas 2% dos estudantes brasileiros obtiveram as notas máximas em ao menos um dos três quesitos avaliados (nos países da OCDE, a média é de 16%), e 43% dos estudantes ficaram com desempenho abaixo do nível mínimo de proficiência esperado em todos os três quesitos (na OCDE, a média foi de 13%).

Topo do ranking

Líder geral na avaliação, a China, representada pelas regiões de Pequim, Xangai, Jiangsu e Zhejiang, é seguida de perto por outros vizinhos orientais. Em matemática, por exemplo, Cingapura, Macau, Hong Kong, Taipei (Taiwan), Japão e Coreia do Sul compõem, junto com os chineses, os sete primeiros colocados. Estônia, Holanda e Polônia completam as dez primeiras posições.

No quesito leitura, os mais bem colocados são China (Pequim, Xangai, Jiangsu e Zhejiang), Cingapura, Macau, Hong Kong e Estônia. Completam o ranking dos dez melhores Canadá, Finlândia, Irlanda, Coreia do Sul e Polônia.

Já em ciências, China (Pequim, Xangai, Jiangsu e Zhejiang), Cingapura, Macau, Estônia e Japão são os cinco primeiros, seguidos de Finlândia, Coreia do Sul, Canadá, Hong Kong e Taipei.

Maior economia da Europa, a Alemanha está acima da média dos países que compõem a OCDE, em resultados que podem ser comparados aos dos países que compõem a parte de cima do ranking, como Austrália, França, Irlanda, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Grã-Bretanha e EUA.

O nível educacional geral no país, porém, não melhorou em relação ao Pisa de 2015. O índice de leitura, por exemplo, caiu, nesta edição, para o nível de 2009 (498 pontos). A pontuação média em matemática e ciências retornou aos níveis de 2012 (500) e 2006 (503), respectivamente.

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