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Brasil prende libanês acusado de financiar Hisbolá

21 de setembro de 2018

Assad Ahmad Barakat é detido pela Polícia Federal em Foz do Iguaçu após um mandado de prisão do Paraguai. Acusado pelos EUA de apoiar terrorismo, ele é suspeito de comandar organização criminosa na tríplice fronteira.

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Assad Ahmad Barakat sendo levado pela polícia do Paraguai para um tribunal em Assunção, em 2003
Barakat em foto de 2003, em Assunção, quando foi julgado e condenado pela Justiça do ParaguaiFoto: picture-alliance/AP Photo/J. Saenz

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (21/09) o libanês Assad Ahmad Barakat, acusado pelos Estados Unidos de ser financiador do movimento xiita Hisbolá. Ele foi detido na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

Barakat teve a prisão decretada pela Justiça do Paraguai em 31 de agosto, acusado de falsidade ideológica. Na ocasião, as autoridades do país emitiram um alerta a outras nações, tornando o libanês um foragido internacional. O mandado foi ratificado pelo Supremo brasileiro há dois dias.

A procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez Astigarraga, informou que o suspeito é alvo de um pedido de extradição do Ministério Público do país e, no Twitter, agradeceu "a cooperação internacional na luta contra o crime organizado".

Barakat tem um longo histórico de passagem pela Justiça, já tendo cometido outros crimes na região da tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina, segundo órgãos de inteligência e segurança com atuação nos países da área.

O governo da Argentina acusa o libanês e seus associados de terem comprado, em um cassino na cidade de Iguazu, na tríplice fronteira, prêmios que somam 10 milhões de dólares sem declarar os valores. A intenção seria lavar dinheiro da organização. Autoridades no país congelaram bens e valores do clã, que teria ligação com o Hisbolá.

Barakat já havia sido preso no Brasil em 2002, acusado de apologia ao crime, evasão de divisas e falsificação de marcas de produtos, também a pedido da Justiça do Paraguai. No ano seguinte foi extraditado ao país vizinho, onde foi condenado a seis anos de prisão.

Em 2006, seu nome foi incluído pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos na lista de indivíduos e entidades que financiam o Hisbolá. O grupo libanês, aliado do Irã e da Síria, é considerado uma organização terrorista por Washington, bem como pela União Europeia e por Israel.

Segundo a Polícia Federal brasileira, Barakat, após ser libertado no Paraguai em 2008, seguiu atuando na América do Sul, com residência no Brasil, mas mantendo negócios no Paraguai, Argentina e Chile. A base da atuação de seu clã seria a cidade paraguaia de Ciudad del Este.

Até o momento, a Polícia Federal em Foz do Iguaçu não informou o destino de Barakat após a prisão, mas é possível que ele seja novamente extraditado ao Paraguai para responder pelos crimes dos quais é acusado no país.

EK/abr/ots

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