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Brasil completa dois anos em recessão

1 de junho de 2016

Economia recua menos que o esperado no trimestre, mas oitavo resultado negativo consecutivo na comparação anual confirma ciclo de queda da atividade econômica, iniciado no primeiro mandato de Dilma.

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A indústria registrou queda de 1,2% no primeiro trimestre do ano em comparação ao último de 2015
A indústria registrou queda de 1,2% no primeiro trimestre do ano em comparação ao último de 2015Foto: picture-alliance/dpa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou nesta quarta-feira (01/06) que a economia brasileira recuou 0,3% no primeiro trimestre de 2016 em comparação com os três últimos trimestres do ano passado. Foi o quinto resultado negativo consecutivo neste tipo de confronto.

Em comparação ao primeiro trimestre de 2015, houve contração de 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o oitavo recuo seguido. Pelos critérios da Fundação Getúlio Vargas, o ciclo de queda da atividade econômica, iniciado no segundo trimestre de 2014, no primeiro mandato da hoje afastada Dilma Rousseff, completou agora dois anos.

Já no acumulado dos quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2016, a economia registrou queda de 4,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, configurando o maior recuo da série histórica, iniciada em 1996.

O resultado é melhor que o esperado. Pesquisa da agência de notícias Reuters, por exemplo, apontava que a economia teria queda de 0,8% entre janeiro e março na comparação com o trimestre anterior, e de 6% sobre o primeiro trimestre de 2015.

Queda teve menor intensidade

De acordo com os dados, a queda do primeiro trimestre de 2016 teve menor intensidade em comparação ao apresentado no último trimestre do ano passado, que foi de 1,3% – o dado foi revisado para recuo de 1,4%. O PIB dos três primeiros meses do ano somou 1,47 trilhão de reais.

Todos os três setores da economia apresentaram recuos no primeiro trimestre: agropecuária (-0,3%), indústria (-1,2%) e serviços (-0,2%). Em relação à demanda, o consumo das famílias caiu 1,7% frente aos três meses anteriores, em meio à alta da inflação, queda da renda e o crédito mais seletivo por parte de bancos. Já a exportação de bens e serviços aumentou 6,5%.

Já os investimentos registraram queda de 2,7%, e houve o crescimento dos gastos das três esferas do governo, de 1,1% em comparação ao quarto trimestre do ano passado. A expectativa da maioria dos economistas era de que a economia se estabilizasse apenas a partir do segundo semestre, ajudada pela alta do dólar frente ao real e pela queda dos estoques das empresas.

O Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central junto a centenas de economistas, mostra uma projeção de contração do PIB de 3,81% neste ano, com leve recuperação em 2017, com crescimento de 0,55%.

FC/rtr/ots