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Bolsonaro recebe alta e segue para Brasília

16 de setembro de 2019

Presidente permaneceu oito dias internado após cirurgia em São Paulo. Ele deve reassumir cargo na terça-feira.

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Jair Bolsonaro
No dia 8 de setembro, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para a correção de uma hérnia incisionalFoto: Reuters/A. Machado

O presidente Jair Bolsonaro recebeu alta médica na tarde desta segunda-feira (16/09) e deixou o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde ficou internado por oito dias. Na mesma tarde, ele seguiu para Brasília, onde deve permanecer em recuperação até terça-feira, quando vai reassumir o cargo.

"O presidente continuará sua recuperação em domicílio, devendo seguir as orientações médicas relacionadas a dieta e atividade física", diz o boletim médico desta segunda-feira.

Inicialmente, a previsão era que Bolsonaro tivesse alta na última sexta-feira.  Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, a ampliação do afastamento de Bolsonaro se deu por um conjunto de razões, entre as quais a continuidade do uso da sonda nasogástrica pelo presidente, o que poderia impedir que este exercesse plenamente o cargo.

Nesta segunda-feira, Rêgo Barros chegou a afirmar que o presidente reassumiria suas funções apenas na quinta-feira por orientação médica, adiando por mais dois dias o afastamento e prorrogando a interinidade de Hamilton Mourão na Presidência. Mas no mesmo dia, o próprio presidente contrariou a informação do seu porta-voz e disse, ao chegar no Palácio do Planalto, que pretendia voltar ao cargo na  terça-feira.  

Rêgo Barros também afirmou que a viagem de Bolsonaro a Nova York na próxima semana ainda está confirmada, mas que o adiamento da alta deve atrasar o voo em um dia. Em vez de 22 de setembro, Bolsonaro deve ir aos EUA no dia 23 para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. 

No dia 8 de setembro, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para a correção de uma hérnia incisional. Foi a quarta operação desde que o presidente sofreu um facada durante a campanha de 2018. A cirurgia se estendeu por cinco horas – quase três horas a mais do que o inicialmente previsto. Na ocasião, o cirurgião-chefe Antônio Macedo, que realizou o procedimento, disse que a cirurgia "transcorreu muito tranquila".

O médico ainda citou que a hérnia desenvolvida por Bolsonaro decorreu do ferimento da facada e das cirurgias posteriores. "Houve uma lesão grave da parede abdominal que ficou muito fraca. Além disso, durante a facada, ele desenvolveu uma peritonite, no dia 12 de setembro do ano passado ele foi operado já aqui em São Paulo dessa peritonite. Isso infectou muito a parede, deixou a parede muito enfraquecida, o que necessitou [agora] a correção dessa hérnia."

Segundo o médico, há uma pequena chance, de aproximadamente 6%, de o problema voltar a ocorrer no mesmo local. O cirurgião, no entanto, diz que encontrou tecidos em boa condição e que a probabilidade de isso ocorrer é muito pequena.

Bolsonaro foi alvo de um ataque com faca em 6 de setembro do ano passado, quando participava de um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Após o atentado, ele fez uma cirurgia inicial na Santa Casa de Juiz de Fora e depois uma segunda, em São Paulo. Ele permaneceu três semanas internado e recebeu alta no final de setembro.

Em janeiro, já ocupando a Presidência, ele foi novamente submetido a uma cirurgia  para a retirada de uma bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito intestinal.

O agressor de Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso logo depois do atentado. Em maio, um juiz da 3ª vara da Justiça Federal em Juiz de Fora decidiu que Adélio Bispo não poderia ser punido criminalmente em razão de sofrer transtorno mental. A decisão foi tomada com base em avaliações psiquiátricas, inclusive com uma entrevista feita por um médico indicado pela defesa de Bolsonaro. A investigação da Polícia Federal concluiu que ele agiu sozinho.

No mês seguinte, o juiz aplicou em Adélio o mecanismo da "absolvição imprópria", previsto quando uma pessoa não pode ser condenada por ser inimputável, e determinou a internação do agressor por tempo indeterminado na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS).

Bolsonaro, que desde o atentado alimentava dúvidas sobre as conclusões do inquérito da PF e sugeria que Adélio fazia parte de uma conspiração, dizia que pretendia contestar a sentença, mas não apresentou nenhum recurso dentro do prazo.

JPS/ots

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