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Bolsonaro chama manifestantes de "viciados" e "marginais"

5 de junho de 2020

Em live, presidente pede que seus apoiadores não participem de atos contra o governo, convocados por torcidas e movimentos sociais para o próximo domingo, e volta a classificar grupos "antifa" de terroristas.

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Jair Bolsonaro
"Eles querem o tumulto, querem o confronto", disse BolsonaroFoto: Getty Images/A. Anholete

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em live na noite desta quinta-feira (04/06), que manifestantes que pretendem protestar contra o seu governo no próximo domingo são "viciados", "marginais" e "terroristas". Ele pediu que seus apoiadores não participem dos atos.

"Não vá, não compareçam a esse movimento, que esse pessoal não tem nada a oferecer para nós. Bando de marginais. Muitos ali são viciados. Outros ali têm costumes que não condizem com a maioria da sociedade brasileira. Eles querem o tumulto, querem o confronto", disse Bolsonaro em sua live semanal no Facebook.

O presidente usou grande parte da transmissão para criticar os manifestantes que seu autodenominam antifascistas, ou "antifa". Ele classificou tais grupos como a "terceira onda" causada pela pandemia da covid-19, atrás da crise de saúde e da crise econômica.

"Pessoal, domingo, ninguém comparece, é um pedido meu, neste evento. Vamos ficar ligados que este pessoal do antifas, o novo nome dos black blocs, quer roubar a tua liberdade", reforçou Bolsonaro.

"Não é porque está escrito uma faixa democracia que eles estão defendendo democracia. Os caras estão ali fazendo o papel deles, no meu entender, de terroristas", criticou. "Não estou torcendo pra ter quebra-quebra, mas a história nos diz que esses marginais de preto, com soco inglês, barra de ferro, queimam estações de trem", disse, em outro trecho.

Atos em defesa da democracia e contra o governo Bolsonaro foram convocados para o próximo domingo por grupos ligados a torcidas organizadas, centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.

"No próximo domingo vamos à Avenida Paulista pela democracia. Todos de máscara e garantindo o distanciamento para não propagar o vírus. Pela vida e contra o fascismo. Aqui está o povo sem medo de lutar!", lê-se na convocatória do grupo Mais Democracia, por exemplo.

Manifestações do tipo já ocorreram no último fim de semana. Em São Paulo, torcidas organizadas de clubes rivais, entre eles Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, foram à Avenida Paulista defender a democracia e se opor à escalada autoritária do governo federal e de seus apoiadores.

O ato se encontrou com um pequeno grupo de defensores de intervenção militar e acabou reprimido pela Polícia Militar com o uso de bombas de gás lacrimogêneo. O presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil, Alex Sandro Gomes, declarou ao portal UOL que há movimentos semelhantes sendo organizados em 14 unidades da Federação.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro já havia classificado os membros do movimento "antifa" como "marginais" e "terroristas". O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também ameaçou nos últimos dias denunciar o movimento como organização terrorista.

O movimento "antifa" nasceu na Alemanha há um século, no período entreguerras, e nunca desapareceu totalmente da cena alemã. Hoje, ele se associa a diferentes causas, o que torna difícil uma definição precisa.

LPF/lusa/ots

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