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Bolsa no fundo do poço

lk2 de janeiro de 2003

O DAX, principal índice da Bolsa de Valores de Frankfurt, teve em 2002 o pior desempenho de sua história, recuando 44%. Desenvolvimento no ano que se inicia depende do conflito no Iraque, segundo especialistas.

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Foto: AP

Para a Bolsa de Valores de Frankfurt, 2002 foi um ano negro. O DAX, índice das 30 principais ações alemãs, fechou na segunda-feira (30) com 2893 pontos, computando assim perdas de 44% ao longo dos 12 meses. Os títulos de todas as empresas incluídas no índice registraram queda. Uma perspectiva com que ninguém contava no início do ano, pois 2000 e 2001 já tinham sido anos de prejuízos, e os especialistas esperavam uma recuperação.

A marca não é apenas um recorde na história do DAX, superando a queda de 30% registrada em 1987, até então o pior ano do índice. O desempenho da Bolsa de Frankfurt foi também o mais fraco entre todos os importantes mercados financeiros do mundo: os índices em Nova York, Londres, Tóquio, Milão, Madri e Zurique caíram 30%; em Paris a marca foi de 35% e em Amsterdã, 37%.

Uma das explicações para o fraco desempenho é o peso relativamente grande que têm no DAX as ações de empresas de finanças e de tecnologia. Outra, naturalmente, é a debilidade geral da conjuntura econômica na Alemanha. Os maiores prejuízos foram registrados pelos bancos e pelas seguradoras, entre as quais as gigantes Allianz e Münchener Rück.

Tudo depende do conflito no Iraque

Os economistas são cuidadosos em seus prognósticos para 2003. Alguns crêem que a Alemanha continuará sendo a lanterninha entre as potências econômicas mundiais. E muitos acreditam que o desenvolvimento do conflito no Iraque será o principal fator para a situação do mercado financeiro.

Se o conflito armado que vem sendo esperado não se estender por muito tempo, a conjuntura econômica poderá se recuperar. "O medo de uma guerra paralisa a economia e os mercados de capital muito mais do que o próprio ataque militar", afirma Hans-Werner Sinn, presidente do instituto de pesquisa econômica Ifo, de Munique, reportando-se às experiências após a Guerra do Golfo no início dos anos 90. Se os combates, porém, se prolongarem, a situação da economia mundial se agravará em função do aumento do preço do petróleo.

O economista-chefe do grupo Allianz, Michael Heise, conta igualmente com uma recuperação da Bolsa de Valores em 2003. Se uma guerra no Iraque terminar após seis a oito semanas, "as cotações das ações vão passar por uma recuperação notável e superar a atual marca até o final do ano", declarou Heise ao diário Berliner Zeitung. Mas ele admite que o DAX poderá cair para menos de 2600 pontos, se o conflito durar mais tempo.

Em geral, predomina um otimismo moderado, baseado na esperança de que "uma hora a situação tem que melhorar".