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Boko Haram divulga sinal de vida de meninas desaparecidas

14 de abril de 2016

Emissora americana CNN transmite vídeo que mostra algumas das 219 estudantes sequestradas na Nigéria há dois anos. Rapto gerou a campanha #BringBackOurGirls, aderida por celebridades do mundo inteiro.

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Foto: AFP/Getty Images/P. U. Ekpei

Sequestro de meninas na Nigéria completa dois anos

Sequestro de meninas na Nigéria completa dois anos

A emissora americana CNN relatou que a organização terrorista Boko Haram enviou um vídeo de "prova de vida" que mostra 15 das 219 meninas desaparecidas após terem sido sequestradas de uma escola em Chibok, no nordeste da Nigéria, há dois anos. As imagens, transmitidas pela CNN na quarta-feira (13/03), supostamente filmadas no Natal, mostram as meninas usando vestes islâmicas e cobrindo as cabeças.

"Estamos todas bem", disse uma das meninas no vídeo. Logo após os sequestros em 2014, o líder do Boko Haram disse que o grupo converteu as meninas à força ao islã.

O senador nigeriano Shehu Sani, que tentou negociar com o Boko Haram a libertação das meninas, afirmou à agência de notícias AP que as imagens pareciam ser autênticas. Yakubu Nkeki, que lidera um grupo de apoio aos pais das meninas desaparecidas, disse ter visto brevemente parte do vídeo da CNN e que reconheceu algumas das meninas.

Muitos temiam que o Boko Haram tivesse amarrado explosivos nas meninas e usado-as como armas. A organização jihadista tem forçado cada vez mais mulheres e meninas a se detonarem em lugares públicos. Em março, uma adolescente se aproximou de autoridades em Camarões e alegou que o Boko Haram pretendia usá-la como bomba. Ela disse ser de Chibok, nome da região de onde as 219 meninas foram sequestradas.

Na noite de 14 de abril de 2014, o Boko Haram sequestrou 276 estudantes da Escola Secundária para Meninas do governo de Chibok. Dezenas de meninas conseguiram escapar, mas 219 continuam desaparecidas.

Embora o Boko Haram tenha reivindicado o rapto de milhares de pessoas ao longo dos anos, o sequestro em massa das estudantes atraiu nova atenção ao grupo, que não recebia muita cobertura midiática fora da África.

Ativistas em redes sociais lançaram a campanha #BringBackOurGirls ("Tragam de volta nossas garotas"), da qual participaram celebridades do mundo todo, entre elas a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, a atriz e embaixadora do Acnur Agelina Jolie, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, e a pré-candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton.

Michelle Obama segura cartaz da campanha #BringBackOurGirls, pedindo a libertação das meninas de Chibok
Michelle Obama aderiu à campanha #BringBackOurGirls, pedindo a libertação das meninas de ChibokFoto: Twitter

Os sequestros e as falhas de autoridades e militares da Nigéria em resgatar as meninas e combater o terrorismo do Boko Haram contribuíram para a derrota do então presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, nas eleições presidenciais do ano passado. Inicialmente, ele havia negado completamente o rapto em massa, mas depois aceitou a ajuda de outros países para procurar pelas estudantes.

Estados Unidos, Reino Unido e França enviaram consultores, incluindo negociadores de reféns. Drones americanos e britânicos chegaram a localizar um grupo de cerca de 80 meninas e relataram o local ao governo e ao Exército da Nigéria, mas as autoridades locais não conseguiram resgatá-las a tempo.

PV/ap/afp