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Boca de urna prevê derrota de Evo Morales em referendo

22 de fevereiro de 2016

Pesquisas dão vitória apertada para o "não" na consulta popular sobre a reforma constitucional que permitiria ao presidente se candidatar mais uma vez. Oposição festeja, e governo diz que vai esperar resultado oficial.

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Foto: Getty Images/AFP/A. Raldes

Pesquisas eleitorais afirmam que os bolivianos rejeitaram neste domingo (21/02), em referendo, a reforma constitucional que amplia de dois para três o número permitido de mandatos presidenciais consecutivos e que possibilitaria ao presidente Evo Morales voltar a ser candidato em 2019.

Morales, que é já o líder político há mais tempo no poder na Bolívia, organizou um referendo para poder se candidatar mais uma vez, mas perdeu por 52,3% contra 47,7%, de acordo com a projeção feita pelo instituto Ipsos. Já o instituto Mori afirma que o "não" à reforma constitucional obteve 51%, e o "sim", 49%.

Se as estimativas se confirmarem, esta será a primeira derrota política do presidente boliviano, na cargo desde 2006 e que previu que venceria com 70% dos votos. A reforma autorizaria Morales a disputar um quarto mandato presidencial, para se manter no poder até 2025.

A divulgação das pesquisas deu início às celebrações da oposição nas ruas de várias cidades. Já o governo falou em empate técnico no resultado das pesquisas e disse que é necessário esperar pelo resultado oficial, que pode levar dias para ser divulgado.

O vice-presidente Álvaro García Linera afirmou que houve um "claríssimo empate técnico eleitoral" que revela que "metade do povo optou para que se altere a Constituição".

Ele disse que as pesquisas sempre consideram uma margem de erro. Por isso, advertiu que o resultado pode ser diferente do divulgado. Ele argumentou que as pesquisas não consideram os votos no exterior nem as zonas rurais, onde, segundo ele, Morales tem mais apoio.

Na manhã desta segunda-feira, com 72,5% dos votos apurados, a presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Katia Uriona, afirmou que 56,5% dos bolivianos votaram pelo "não", e 43,2% pelo "sim". O governo, no entanto, insistiu ainda haver um "empate técnico" e pediu que se espere pelos resultados oficiais.

Na Bolívia, é comum festejar e tomar como correto o resultado das pesquisas de boca de urna e da contagem rápida da noite eleitoral devido à demora do escrutínio oficial. Mais de 6,5 milhões de bolivianos estavam aptos a votar no referendo.

AS/lusa/efe