1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Saber para todos

19 de abril de 2009

Organizada pela Unesco e 32 instituições parceiras, Biblioteca Digital Mundial (BDM) oferece acesso livre e gratuito a materiais únicos de bibliotecas e arquivos de todo o mundo. BDM também será apresentada em português.

https://p.dw.com/p/HZdm
Biblioteca Alexandrina deu suporte técnico à BDMFoto: AP

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e 32 instituições parceiras lançam na terça-feira (21/04) a Biblioteca Digital Mundial (BDM), uma página na internet que oferece gratuitamente materiais culturais únicos de bibliotecas e arquivos de todo o mundo. A página será apresentada nas seis línguas da ONU e também em português, graças à participação do Brasil como parceiro fundador.

Os conteúdos que serão exibidos incluem, entre outros, manuscritos científicos árabes da Biblioteca e Arquivo Nacionais do Egito; a famosa Bíblia do Demônio do século 13, da Biblioteca Nacional da Suécia; trabalhos de caligrafia árabe, persa e turca de coleções da Biblioteca do Congresso dos EUA e fotos históricas cedidas pela Biblioteca Nacional do Brasil.

A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos propôs à Unesco a criação da BDM pela primeira vez em 2005. Para desenvolver o projeto, a equipe da biblioteca norte-americana contou com assistência técnica da Biblioteca Alexandrina de Alexandria, no Egito.

Bibliotecas nacionais e instituições culturais e educacionais do Brasil, China, França, Japão, México, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e diversos outros países contribuíram com conteúdos e expertise para formar a BDM.

Expandir o conteúdo não-ocidental na internet

A Fundação Biblioteca Nacional explica que um dos objetivos da BDM é expandir o volume e a variedade de conteúdos na internet de forma a prover recursos a educadores, pesquisadores e ao público em geral, além de capacitar instituições parceiras a reduzir a exclusão digital entre os países e dentro deles.

Segundo a Unesco, em muitos países em desenvolvimento pouco tem sido feito para digitalizar coleções e disponibilizá-las na internet. O resultado é que a distribuição de material digital é irregular no que tange a regiões geográficas, culturas, línguas e tipos de instituição.

Outro motivo apontado pela Unesco foi a dificuldade de procurar e encontrar conteúdo semelhante em diversas línguas na web. Muitos recursos de busca e navegação, que pessoas jovens estão acostumadas a encontrar em sites comerciais, ainda não são oferecidos por páginas culturais e educacionais na internet, mantidas por bibliotecas, arquivos e outras instituições culturais.

A Unesco informa que os principais objetivos da BDM são promover a compreensão e a consciência internacional e intercultural, bem como expandir o conteúdo não-ocidental na internet. Segundo a Unesco, outro objetivo de médio prazo é oferecer conteúdo em línguas faladas por grandes parcelas da população mundial, como o hindu, japonês e o alemão.

Sreenshot World Digital Library
Screenshot da página principal da Biblioteca Digital Mundial em portuguêsFoto: http://www.wdl.org/pt/

Patrimônio cultural de diferentes países

Com cartas, fotos e mapas digitalizados, entre outros documentos, a BDM funcionará em árabe, chinês, inglês, francês, português, russo e espanhol, mas terá conteúdos em vários outros idiomas.

Descrições de cada item e vídeos elaborados por curadores especializados contextualizarão os conteúdos com o objetivo de provocar a curiosidade dos usuários e incentivar estudantes e público em geral a saber mais sobre o patrimônio cultural de diferentes países, explicam os organizadores.

Do Brasil, segundo a Fundação Biblioteca Nacional, foram enviados para esta primeira fase da Biblioteca Digital Mundial 1,5 mil mapas raros dos séculos 16 a 18, além de 42 álbuns com cerca de 1,2 mil fotografias pertencentes à Coleção Thereza Christina Maria, doada pelo imperador D. Pedro 2° à Biblioteca Nacional.

Arquivos digitalizados dos patrimônios da humanidade do Programa Memória do Mundo da Unesco, à qual pertence a coleção de fotografias do imperador, também fazem parte do acervo da Biblioteca Digital Mundial.

Autor: Carlos Albuquerque
Revisão: Augusto Valente