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Bangladesh elege novo governo sob violência

30 de dezembro de 2018

Mais de 10 pessoas morrem em confrontos entre grupos políticos rivais e com a polícia. Campanha foi marcada por disputa entre duas mulheres: a atual premiê e a líder da oposição, presa por corrupção.

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Homens formados em vila observam soldados, que fazem segurança fora de local de votação em Bangladesh
Soldados em local de votação em Bangladesh: cerca de 600 mil homens foram destacados para segurança da eleiçãoFoto: Reuters/M. Ponir Hossain

Bangladesh foi às urnas neste domingo (30/12) em dia de eleições gerais marcadas por violência, apesar do grande aparato de segurança mobilizado.

A premiê do país, Sheikh Hasina, venceu as eleições legislativas, segundo resultados divulgados pela TV. A oposição rejeitou o resultado, denunciando uma fraude.

A coalizão de Sheikh Hasina, Liga Awami, já somava 191 das 300 cadeiras do parlamento unicameral, contra cinco para a oposição, segundo a rede de TV Channel 24. Os resultados oficiais serão divulgados nesta segunda-feira.

Assim como na campanha eleitoral, a votação deste domingo foi marcada por confrontos. Pelo menos 13 pessoas morreram em confrontos com a polícia e entre grupos políticos rivais em diversas regiões do país. Três homens foram mortos a tiros por policiais, enquanto oito morreram em choques entre ativistas de grupos políticos rivais.

Um membro das forças de segurança foi morto após ser atacado por militantes da oposição munidos com bastões e armas de fogo, segundo as autoridades.

Desde o último dia 24, as autoridades mobilizaram mais de 600 mil militares do Exército, Marinha e outras forças de segurança para fazerem a segurança do pleito.

Mais de 100 milhões de eleitores foram convocados a eleger um novo governo para o país. 

A principal rival de Hasina era a ex-primeira-ministrac Khaleda Zia, de 74 anos, do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP, na sigla em inglês). Ela, entretanto, está presa desde fevereiro após ser condenada a 17 anos por corrupção e considerada, por isso, inelegível. Ela afirma que as acusações são politicamente motivadas.

Homem passa por cartaz de campanha com foto da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina
Cartaz de campanha da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh HasinaFoto: picture-alliance/AP Photo/A. Nath

Na ausência de Zia, partidos de oposição formaram uma aliança liderada por Kamal Hossain, um advogado de 82 anos formado em Oxford, ex-ministro e ex-membro da governista Liga Awabi.

A campanha eleitoral também foi marcada por acusações de prisões contra milhares de opositores do governo. Enquanto grupos de direitos humanos apontam uma erosão da democracia do país, a premiê Hasina destaca a agenda econômica ambiciosa de sua gestão. Entre os principais ramos de sucesso do país está a indústria têxtil, frequentemente criticada internacionalmente devido às precárias condições de trabalho.

Hasina e Khaleda têm se alternado no poder desde 1991, à exceção de um breve período de tutela militar entre 2006 e 2008. Essa é a primeira eleição de que o BNP, principal legenda de oposição, participa sem sua líder.

Hasina, de 71 anos, governa o país num estilo considerado autoritário. Sua gestão é elogiada domesticamente, devido ao rápido crescimento econômico do país na última década e internacionalmente, por dar refúgio aos muçulmanos rohingya que fugiram de perseguição na vizinha Myanmar.

Mas seu governo tem sido acusado de reprimir a oposição e encarcerar seus críticos, incluindo muitos apoiadores do BNP. Muitos jornalistas dizem que ela intimida a mídia usando leis vagamente formuladas contra eles. Segundo a oposição, desde novembro cerca de 14 mil opositores foram presos. "Todo dia entre 80 e 90 de nossos militantes são presos no país”, afirmou naquele mês o secretário-geral do BNP, Shafiqur Rahman.

MD/efe/afp/rtr/ap

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