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Combate à crise

30 de novembro de 2011

Os principais Bancos Centrais do mundo lançaram uma ação coordenada para aumentar a liquidez do sistema financeiro mundial. Quase ao mesmo tempo, também o Banco Central chinês relaxou sua política monetária.

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Aumento de liquidez reflete temores de que crise leve à recessão
Aumento de liquidez reflete temores de que crise leve à recessãoFoto: Fotolia/fabioberti.it

Os principais Bancos Centrais do mundo lançaram uma ofensiva para enfrentar a crise, com uma ação coordenada para aumentar a liquidez do sistema financeiro mundial, disponibilizando mais dinheiro. A medida visa "aliviar as tensões dos mercados e reduzir a pressão sobre a economia real", segundo comunicado conjunto divulgado na quarta-feira (30/11). Quase ao mesmo tempo, também o Banco Central chinês relaxou de forma inesperada sua política monetária, aliviando, assim, as preocupações de uma recessão mundial.

Os mercados de ações reagiram com empolgação. O índice Dax, de Frankfurt, apresentou alta de mais quatro pontos percentuais, Wall Street deu, no início do pregão, um salto de três pontos percentuais. O índice europeu EuroStoxx 50 teve uma alta superior a 4 pontos percentuais. O euro também subiu.

Pouca liquidez na Europa

A medida conjunta conta com a participação do Federal Reserve, dos EUA, do Banco Central Europeu e dos Bancos Centrais do Canadá, Japão, Reino Unido e Suíça. Em essência, os Bancos Centrais visam fornecer quantia suficiente de dólares aos bancos europeus, ameaçados atualmente pela crise do euro.

Medida empolgou mercados financeiros
Medida empolgou mercados financeirosFoto: dapd

Os institutos estavam tendo dificuldade em conseguir créditos na moeda americana, devido à perda de confiança dos investidores dos EUA devido à crise europeia. Eles temem ficarem prejudicados no caso de uma falência de Estados ou bancos.

Por isso, muitos bancos europeus ficaram praticamente bloqueados em relação ao mercado financeiro dos EUA. No entanto, o dólar, principal moeda de reserva mundial, é fundamental para seus negócios.

Os Bancos Centrais concordaram em disponibilizar dólares de forma ilimitada aos bancos comerciais pelo menos até 2013. Para este fim, o BCE recebe dólares do Fed dos EUA e os empresta aos bancos da zona do euro. Ao mesmo tempo, as instituições concordaram em baixar as taxas de troca de divisas, os chamados swap.

Medida para evitar recessão

"A medida mostra que todos os envolvidos reconheceram a gravidade da situação", disse o analista Ralf Umlauf, do banco alemão Helaba. "Hoje, a política monetária agiu, mostrando que apoia a economia mundial", disse. "Os Bancos Centrais querem, sobretudo, evitar uma nova crise de liquidez, como a que paralisou o sistema financeiro global há três anos, após a falência do Lehman Brothers", opina o economista-chefe do banco Postbank, Marco Bargel.

Analistas advertiram que a intervenção dos Bancos Centrais deve ser acompanhada por um plano político dos líderes europeus que busque uma solução definitiva para a crise. Para Klaus Adam, economista da Universidade de Mannheim, na Alemanha, a medida "é sobretudo uma ajuda ao sistema bancário europeu". "Os bancos europeus têm problemas para se financiarem em dólar porque seus títulos em euros já não são aceitos como garantia de segurança", explicou.

Ação conjunta visa ajudar bancos europeus
Ação conjunta visa ajudar bancos europeusFoto: picture-alliance/dpa

BC chinês também relaxa política

Pouco antes da divulgação da medida conjunta dos bancos ocidentais, o Banco Central chinês anunciou surpreendentemente, pela primeira vez em três anos, reduzir a taxa de depósito compulsório dos bancos comerciais, uma mudança destinada a aliviar as restrições de crédito e estimular sua economia, que desacelerou e apresenta o crescimento mais lento desde 2009.

O Banco Central chinês se une, assim, aos Bancos Centrais de Brasil, Indonésia, Tailândia e da zona do euro, entre outros, que aliviaram suas políticas monetárias, refletindo temores de que a crise do euro e a fraca economia norte-americana possam levar o mundo de volta a uma recessão.

MD/dpa/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque