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ConflitosArmênia

Azerbaijão acusa Armênia de atacar alvos civis

4 de outubro de 2020

País denuncia mortos e feridos em centros urbanos, incluindo Ganja, segunda maior de seu território, acirrando conflito entre nações vizinhas sobre região separatista de Nagorno-Karabakh.

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Imagem de vídeo mostrando o que seria a explosão de um míssil contra alvo armênio
Imagem divulgada pelo Azerbaijão mostrando o que seria a explosão de um míssil contra alvo armênioFoto: Azerbaijan's Defense Ministry/AP/dpa/picture alliance

O Azerbaijão acusou neste domingo (04/10) as forças armênias de atacarem alvos civis, incluindo as cidades de Tartar, Horadiz e Ganja, que é a segunda maior do Azerbaijão. Já as autoridades da região separatista de Nagorno-Karabakh afirmaram que destruíram um aeroporto militar em Ganja.

"A Armênia lançou foguetes contra Ganja. As forças armênias atacam deliberadamente as cidades de Tartar e Horadiz com artilharia pesada e sistemas de foguetes. Também houve ataques com foguetes contra cidades nas regiões de Fuzuli e Jabrail", disse o assessor do presidente do Azerbaijão Hikmet Hajiyev. De acordo com ele, "vários civis foram mortos ou feridos como resultado dos ataques".

Hajiyev afirmou que nos últimos dias a Armênia lançou mais de 10 mil projéteis de vários tipos contra áreas densamente povoadas, causando graves danos a mais de 500 domicílios.

O funcionário governamental sublinhou a necessidade de distinguir entre militares e civis durante o confronto.

"Os ataques armênios em grande escala contra as aldeias do Azerbaijão sem necessidade militar de qualquer tipo não são casuais. Os ataques sistemáticos da Armênia são testemunho de que se tratou de um plano preparado com antecedência e incluído no programa de preparação de combate do Exército armênio", alegou Hajiyev.

Os últimos acontecimentos marcam uma forte escalada da guerra que eclodiu há uma semana no sul do Cáucaso.

Até agora, o principal foco de confronto havia sido entre o Azerbaijão e Nagorno-Karabakh, um enclave étnico armênio situado dentro do Azerbaijão. Mas agora existe a ameaça de o conflito se transformar em uma guerra direta com a própria Armênia.

"O Azerbaijão destruirá alvos militares diretamente dentro da Armênia, de onde está ocorrendo o bombardeio de seus centros populacionais", alertou Hajiyev.

A Armênia negou ter direcionado fogo "de qualquer tipo" contra o Azerbaijão. O líder de Nagorno-Karabakh disse que suas forças miraram uma base aérea militar em Ganja, mas depois parou a incursão, visando de evitar vítimas civis.

O conflito ameaça arrastar outras potências regionais, já que o Azerbaijão é apoiado pela Turquia, enquanto a Armênia tem um pacto de defesa com a Rússia.

"Os ataques da Armênia visando civis em Ganja são uma nova manifestação de atitude ilegal da Armênia. Condenamos esses ataques", declarou o Ministério do Exterior da Turquia.

Ignorando apelos por um cessar-fogo de Rússia, Estados Unidos, França e UE, os partidos conflitantes intensificaram hostilidades neste fim de semana, aumentando também a retórica agressiva.

A Armênia disse no sábado que usaria "todos os meios necessários" para proteger os armênios étnicos do ataque do Azerbaijão, e seu primeiro-ministro comparou a luta com uma guerra do século 20 contra a Turquia otomana.

O Azerbaijão disse no sábado que suas forças capturaram uma série de aldeias. Armênia reconheceu que os lutadores étnicos armênios estavam sob pressão em alguns lugares e classificando a situação no terreno como instável.

Os confrontos são os piores desde a década de 1990, quando cerca de 30 mil pessoas foram mortas e geram preocupação internacional a respeito estabilidade no sul do Cáucaso, onde os oleodutos transportam o óleo e gás do Azerbeijão para os mercados mundiais.

MD/afp/efe