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Austríacos estão falando cada vez mais como os alemães

Kate Müser (av)4 de dezembro de 2015

Tradicionalmente orgulhosa de suas diferenças, a Áustria vai cedendo ao vocabulário e à gramática da Alemanha. Sobretudo entre os jovens, cuja maioria já prefere se despedir com um "Tschüss" do que com um "Servus".

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Foto: picture-alliance/dpa/D. Reinhardt

Sim, o idioma é o mesmo, mas ai de quem ouse confundir um austríaco com um alemão. O país menor no centro-leste europeu é notório por seu orgulho da própria herança cultural e linguística. Historicamente, a Áustria se desenvolveu separadamente da Alemanha, que em parte integrava o império dos Habsburgos, e muito preza suas diferenças em relação ao vizinho maior.

Agora há indicações de que uma geração mais jovem de austríacos vai se mostrando mais relaxada quanto à preservação das práticas linguísticas nacionais, gradualmente adotando o vocabulário e as regras gramaticais alemãs. O fenômeno já recebeu o apelido "Deutschlandismus" – "alemanismo".

Os austríacos mais velhos costumam se despedir com um Servus. No entanto, segundo estudo orientado pelo linguista Rudolf de Cillia, da Universidade de Viena, 79% dos jovens já teriam adotado o alemão Tschüss, 32% optam por Ciao.

Apenas 22% se mantêm fiéis ao Servus, Baba ou Pfiati. Entre seus professores, 60% igualmente já substituíram as formas locais pelo Tschüss dos alemães. A pesquisa incluiu mais de 1.250 alunos e 160 docentes do curso médio, informa o jornal austríaco Der Standard.

Uma diferença gramatical marcante entre a Alemanha e a Áustria é a atribuição dos três gêneros, designados pelos artigos "der" (masculino), "die" (feminino) e "das" (neutro). Mas atualmente, em vez de "das E-Mail", "das Cola" ou "das SMS" usuais na Áustria, a tendência entre os colegiais nestes casos é adotar o "die", como seus coetâneos alemães.

Ainda há alguns focos de resistência, principalmente no vocabulário. Tanto os colegiais austríacos quanto seus professores continuam preferindo Jänner (janeiro) ou Schweinsbraten (assado de porco) às formas importadas, Januar e Schweinebraten.

O estudo de De Cillia também indicou que, quanto mais jovem o entrevistado, maior a probabilidade que optasse pela variante alemã. Embora sem apresentar uma razão conclusiva, os pesquisadores atribuíram em grande parte os novos hábitos linguísticos ao consumo de TV da Alemanha.