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Assad diz que Trump é "aliado natural" contra o terrorismo

16 de novembro de 2016

Em primeiras declarações sobre eleição americana, ditador sírio avalia mudança de governo nos EUA como promissora, mas alerta que qualquer cooperação que não passe por Damasco será ilegal.

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Syrien Präsident Bashar al-Assad
Foto: Reuters/SANA

O ditador da Síria, Bashar al-Assad, afirmou nesta terça-feira (15/11) que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, será um "aliado natural" na luta contra o terrorismo caso cumpra suas promessas de campanha.

"Não temos muitas expectativas, pois o governo americano não depende só do presidente; ela envolve diferentes poderes", afirmou Assad, em sua primeira manifestação pública a respeito da vitória de Trump. "Teremos que esperar para ver se ele vai abraçar essa nova missão como presidente daqui a dois meses."

Questionado sobre a disposição de Trump em combater o grupo radical "Estado Islâmico", respondeu: "Isso é promissor, mas será que ele conseguirá cumprir [a promessa]?", rebateu o presidente sírio, salientando a existência de diversos "lobbies e poderes" que podem influenciar o trabalho do novo governante.

"É por isso que somos cautelosos ao julgá-lo. Mas digamos que, se ele lutar contra os terroristas, é lógico que será um aliado, um aliado natural, juntamente com os russos, os iranianos e muitos outros países que querem derrotar os terroristas", afirmou.

Durante a campanha presidencial americana, Trump sugeriu que sua política exterior seria menos hostil a Assad do que a de seu antecessor, Barack Obama, cujo governo tem apoiado a oposição e alguns grupos rebeldes.

Sobre a ajuda militar que os americanos fornecem às forças curdas, Assad se mostrou menos otimista: "Qualquer cooperação que não passe pelo governo Sírio é ilegal", avaliou.

Na sexta-feira, Trump disse ao diário The Wall Street Journal: "Lutamos contra a Síria, a Síria luta contra o 'EI', e queremos nos livrar do 'EI'. Agora apoiamos os rebeldes contra a Síria, e nem sabemos quem são essas pessoas."

Em março, Trump também já havio dito ao jornal The New York Times que a abordagem de combater Assad e o 'EI' simultaneamente é loucura: "Você não pode lutar contra duas pessoas que estão lutando uma contra a outra. Você tem que escolher um lado".

O conflito sírio teve início em 2011 com protestos pacíficos contra o regime de Assad. Uma repressão brutal das forças de segurança fez com que a situação se transformasse em uma guerra civil que já provocou a fuga de 5 milhões de pessoas, segundo informações da ONU. 

Agora o mundo aguarda para ver como a chegada de Trump ao poder afetará o conflito. Durante sua campanha, o empresário também expressou a intenção de, após anos de tensões bilaterais, manter uma relação "forte e duradoura" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que, por sua vez, apoia Assad. 

IP/rtr/dpa/afp/efe/lusa