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Antártica: centro de pesquisas a céu aberto

Maryan D'Ávila Bartels9 de fevereiro de 2013

Contribuindo para o equilíbrio ambiental do planeta, a Antártica exerce grande influência sobre a biodiversidade terrestre, servindo de base para pesquisadores de diferentes países, inclusive o Brasil.

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Foto: National Science Foundation/Peter Rejcek

O Futurando desta semana mostrou que a Antártica é um continente rico em biodiversidade, mas que ainda é considerado quase inacessível. O continente se estende por cerca de 14 milhões de quilômetros quadrados, é dono de 90% das reservas de gelo e 70% da água doce do planeta, bem como de recursos minerais e energéticos incalculáveis.

Esse potencial vem despertando o interesse de estudiosos de todo o mundo, o que intensificou os projetos de pesquisas sobre o derretimento acelerado da camada de gelo polar nos últimos anos. Segundo dados do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o nível dos oceanos subiu cerca de 20 centímetros no século passado.

Aumento do nível do mar

Até 2100, os pesquisadores preveem um aumento do nível do mar entre 18 e 59 centímetros, em função do derretimento das plataformas de gelo. Os números revelam que esse é um dos aumentos mais rápidos já registrados no planeta.

Antarktis Treibeis Abendstimmung
Antártica possui 90% do gelo do planetaFoto: picture alliance / Bildagentur-online/Bäsemann-McP

Assim, a Antártica exerce um papel essencial nos ecossistemas terrestres e funciona como um centro de pesquisas a céu aberto. A principal função do continente é a de regulador térmico, controlando as circulações atmosféricas e oceânicas e influenciando no clima e nas condições de vida na Terra.

Com vista a permitir a liberdade de exploração científica do continente, 12 países concordaram, inicialmente, em ratificar o Tratado da Antártica. O documento, assinado em 1º de dezembro de 1959, estabelece a pesquisa científica, a cooperação internacional para esse fim e a utilização pacífica da Antártica. Hoje, são mais de 30 o número de países signatários.

Brasil na Antártica

O documento também dita regras em relação à remoção e ao destino do lixo produzido no local. A lei diz que todo país deve se responsabilizar integralmente pelo correto armazenamento e transferência de qualquer resíduo no continente gelado.

Antarktis Eiswüste
Base de pesquisa francesa no território antártico

Mais de 60 estações de pesquisa funcionam no território antártico. Elas estão localizadas principalmente na costa. Em 1984, o Brasil passou a ser um dos países a manter uma delas, com a implantação da EACF (Estação Antártica Comandante Ferraz) na Ilha Rei George, no arquipélago das Shetlands do Sul.

No local são realizadas pesquisas relacionadas ao impacto das mudanças ambientais na Antártica e suas consequências para as Américas, inclusive a Amazônia. Os estudos também ajudam na identificação de recursos econômicos vivos e não vivos da região e o levantamento das condições fisiográficas e ambientais do continente. No entanto, em fevereiro do ano passado, um incêndio causado por uma explosão na casa de máquinas provocou a destruição de 70% das instalações da base.

Nova base

Uma instalação temporária composta pelos chamados Módulos Antárticos Emergenciais contribuirá para o funcionamento das pesquisas que eram realizadas na estação. O complexo está localizado na área que atualmente é destinada ao pouso de helicópteros, longe da base que foi atingida pelo fogo. A distância entre as duas estruturas é necessária para que as novas instalações sejam reconstruídas sem problemas.

Brasilianische Forschungsbasis abgebrannt
Base brasileira pegou fogo em fevereiro de 2012Foto: AP

A estação provisória terá capacidade para receber cerca de 60 pessoas, entre cientistas e militares – quase o mesmo número comportado pela antiga base. Segundo a Marinha, a construção da base temporária deve ir até o fim de março deste ano.

A reconstrução de fato está prevista para ocorrer entre o verão de 2013/2014. O investimento será de R$ 100 milhões, verba que deve custear o prêmio ao escritório vencedor, o projeto e as despesas com o processo logístico.