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Ano Brasil-Alemanha

14 de março de 2010

Cooperação entre Brasil e Alemanha na área da pesquisa tem tradição. Mas tão intensa quanto nos últimos anos, ela nunca havia sido. Êxito da parceria reside no fato de ambos os países se beneficiarem do intercâmbio.

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Foto: picture-alliance / dpa/Grafik/DW

Gerd Meyer já esteve no Brasil diversas vezes. Ele é doutorando na Escola Técnica Superior de Colônia, na Alemanha, e faz pesquisas na Mata Atlântica, no âmbito do projeto Dinario. Meyer admira o Brasil e a franqueza de seu povo. Mas não foi apenas a hospitalidade brasileira a fascinar o pesquisador e seus colegas alemães.

Eles se impressionaram com o fato de a transferência de tecnologia e know-how entre a Alemanha e o Brasil ser uma via de dois sentidos. "Para mim, é algo especial participar de um projeto interdisciplinar. Tentamos atingir objetivos comuns com alemães e brasileiros nos mais diferentes setores", afirma. Hoje, nem Alemanha nem Brasil ficam para trás em termos de benefícios resultantes do intercâmbio tecnológico e científico.

Graças ao boom econômico brasileiro, a tradição da pesquisa em cooperação com outros países tomou novos impulsos. Seus avanços em áreas como o de biocombustíveis e de tecnologia agrícola fazem do Brasil um dos líderes mundiais no setor. O lançamento do Ano da Ciência Brasil-Alemanha, em abril de 2010, será usado por ambos os países como oportunidade para realçar sua parceria.

"Excelentes condições de pesquisa"

Ademar Seabra da Cruz Junior, chefe da Divisão de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores, destaca as condições no Brasil: "Desde os anos 1990, o Brasil passou por um processo de estabilização econômica e política. Com isso, conseguiu-se reduzir a desigualdade social, mas também a pesquisa experimentou um fortalecimento".

Irina Ehrhardt, responsável pela cooperação com as Américas do Sul e do Norte no Ministério alemão de Pesquisa e Educação, salienta uma vantagem da cooperação com o Brasil: "Achamos que podemos nos beneficiar do Brasil em vários aspectos, como de um excelente ambiente para a pesquisa, especialmente na biotecnologia, na área de saúde, e naturalmente também da energia".

Grandes expectativas de ambos os lados

As expectativas são altas de ambos os lados da parceria. Cruz espera que este Ano da Ciência traga grandes benefícios ao Brasil. Ele destaca que a Alemanha dispõe de grande experiência nos setores da política de inovação e de desenvolvimento. "Queremos, em primeira linha, entender como funcionam na Alemanha os centros e instituições inovadoras de pesquisa, tanto as ligadas ao governo como as da sociedade civil."

"Depositamos grandes expectativas no ano de 2010: esperamos que, paralelamente à nossa já boa cooperação, ele acelere também o intercâmbio bilateral e no campo pessoal."

O intercâmbio entre a Alemanha e o Brasil no campo da pesquisa já existe há 40 anos, mas nos últimos três anos essa cooperação foi intensificada. Em 2008, o governo alemão decidiu internacionalizar ainda mais o ensino e pesquisa. Um ano antes, também o Ministério Brasileiro de Ciência e Tecnologia havia aprovado um plano de ação para promover essas duas áreas.

José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia, resume a parceria e suas expectativas da seguinte maneira: "Podemos mostrar ao mundo que países em diferentes estágios de desenvolvimento podem trocar informações, e isso absolutamente em nível de igualdade e exercendo forte influência sobre seu desenvolvimento".

Para ele, "cooperação em pé de igualdade" não é, de modo nenhum, mera força de expressão, mas sim realidade.

Autora: Anna Pellacini (rw)
Revisão: Augusto Valente