1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Anistia vê tendência de abolição da pena de morte apesar de retrocessos

10 de abril de 2013

Relatório da ONG diz que cinco países voltaram a executar pessoas em 2012, mas tendência mundial de extinção da pena capital se mantém. China ainda executa mais que todas as outras nações juntas.

https://p.dw.com/p/18Cw9
Foto: picture-alliance /dpa/dpaweb

A organização de direitos humanos Anistia Internacional apontou retrocessos na luta pela abolição da pena de morte em relatório divulgado nesta quarta-feira (10/04). Em 2012, cinco países voltaram a executar pessoas, após terem realizado uma pausa na prática da penalidade. São eles Índia, Paquistão, Japão, Botswana e Gâmbia.

"É um retrocesso decepcionante", lamentou Oliver Hendrich, da seção alemã da Anistia Internacional. Ele acrescentou, porém, que a tendência de abolição da pena de morte no mundo se mantém.

Em 2012, o número total de executados manteve-se estável em relação ao ano anterior, quando a cifra de condenados à morte havia caído. Além disso, mais de dois terços dos 193 países-membros das Nações Unidas aboliram a pena de morte por lei ou abriram mão dela.

O relatório anual da Anistia é reconhecido mundialmente como a fonte mais confiável sobre o assunto. Os números são obtidos com base em dados oficiais e em estimativas de especialistas.

China esconde números

De acordo com os cálculos da organização, ao menos 682 pessoas foram executadas em 21 países em 2012, duas a mais do que no ano anterior. No entanto, a China não está incluída nesse número. O país mantém em sigilo informações sobre a pena de morte, não constando nas estatísticas da Anistia desde 2009.

A ONG de direitos humanos diz que a China continua executando milhares de pessoas por ano, mais do que o resto do mundo junto. Alguns ativistas de direitos humanos calculam que a cifra de execuções varia de 4 mil a 8 mil.

Organhandel China Todesstrafe
Condenado à morte na China: execuções anuais podem chegar a 8 mil no país, segundo alguns analistasFoto: picture-alliance/dpa

Em segundo lugar está novamente o Irã, onde pelo menos 314 pessoas foram enforcadas. Em seguida vêm o Iraque (129), a Arábia Saudita (79), os EUA (43) e o Iêmen (28). Em Belarus, único Estado europeu com a pena de morte, foram três execuções.

Com exceção dos Estados Unidos, o número reflete o mínimo de pessoas executadas. A Anistia estima que existam inúmeras outras execuções de pena de morte no Irã que não foram oficialmente confirmadas.

Confissões forçadas

Um ponto considerado particularmente crítico pela organização é que, em países como o Afeganistão e Belarus, as pessoas estariam sendo condenadas à morte com base em confissões forçadas. No Iraque e no Irã, tais supostas confissões seriam mesmo exibidas na televisão.

A entidade considera uma evolução positiva a abolição da pena de morte no estado norte-americano de Connecticut e a suspensão das execuções em Cingapura. Também no Vietnã, a pena de morte não foi aplicada em 2012. Além disso, Gana também tem planos de extinguir a pena de morte.

MD/afp/dpa/ots