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Anistia: 2015 tem maior número de execuções em 25 anos

6 de abril de 2016

Relatório da entidade aponta que aplicações da pena de morte mundo afora mais que dobraram em relação ao ano anterior. Quantidade real deve ser significativamente maior, piois não há dados confiáveis sobre a China.

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Forca, símbolo da pena de morte
Foto: picture-alliance/dpa/R. Weihrauch

A Anistia Internacional (AI) afirmou nesta quarta-feira (06/04) que o número de execuções em todo o mundo em 2015 foi o maior registrado desde 1990. Quase 90% delas ocorreram em três países: Irã, Arábia Saudita e Paquistão.

Pelo menos 1.634 pessoas foram executadas no ano passado, disse a entidade, salientando que o número provavelmente foi significativamente maior, já que não há números confiáveis em relação à China.

"O número de execuções conhecidas aumentou mais de 50% em comparação com 2014. Isso é inquietante e alarmante", ressaltou Oliver Hendrich, especialista em pena capital da AI, durante a apresentação do relatório anual da organização sobre o assunto, em Berlim.

Ao menos 977 pessoas foram executadas no Irã no ano passado, principalmente por crimes envolvendo drogas, conforme a Anistia. Em 2014, haviam sido ao menos 743. Ao mesmo tempo, mais de 320 sentenças de morte foram aplicadas no Paquistão, maior número registrado pela AI no país até agora. E ao menos 158 pessoas foram executadas na Arábia Saudita, frente a ao menos 90 em 2014, tendo a maioria sido decapitada.

Nos Estados Unidos, 28 pessoas foram executadas no ano passado – número mais baixo desde 1991, segundo a AI.

A China é tida como líder mundial em execuções. O número de pessoas executadas anualmente chega a milhares, embora o número exato seja um segredo de Estado, ressalta o grupo de defesa de direitos humanos.

Ao ser questionado sobre o relatório, o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Lu Kang, alegou que a AI frequentemente faz declarações "injustas" sobre a China, em que falta objetividade. "Então, não temos interesse comentar o assunto", disse, durante uma entrevista coletiva de praxe, realizada em Pequim.

Países que impõem a pena de morte são minoria no mundo pela primeira vez, segundo a AI. De acordo com a ONG, até o final de 2015, 102 países já haviam abolido a pena de morte para todos os crimes. Em 1996, eram 60.

MD/rtr/afp