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Alemanha reforça restrições para frear covid-19

15 de outubro de 2020

Merkel e governadores acertam abordagem unificada que prevê expandir uso de máscaras e limitar reuniões. Chanceler federal pede que jovens evitem fazer festas para para "ter uma vida boa amanhã ou depois de amanhã".

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Berlin, PK Merkel Sitzung Ministerpräsidenten Coronamaßnahmen
Foto: Stefanie Loos/AFP/Getty Images

A Alemanha vai introduzir medidas mais duras para desestimular aglomerações e reforçar o uso de máscaras com o objetivo de frear o aumento nas infecções por coronavírus, anunciou a chanceler federal Angela Merkel nesta quarta-feira (14/10), após negociações com os governadores dos 16 estados federais do país.

As medidas incluem impor limites para aglomerações, bem como o uso obrigatório de máscara em locais de grande circulação quando as novas infecções em uma área chegarem a 35 por 100.000 habitantes em sete dias. O limite anterior era de 50 por 100.000.

"Estou convencida de que o que fizermos agora nestes dias e semanas será decisivo para a questão de como sairemos desta pandemia", disse Merkel. "Podemos ver que as taxas de infecção estão aumentando e que temos taxas muito altas em algumas regiões", acrescentou. "Devemos, portanto, evitar um aumento descontrolado ou exponencial."

Pelas novas regras, se uma área registrar mais de 35 novas infecções por 100.000 pessoas em sete dias, as máscaras se tornarão obrigatórias em todos os lugares onde as pessoas têm contato próximo por um período prolongado - no momento, máscaras já são exigidas no transporte público e em lojas. O número de pessoas autorizadas a se reunir também será limitado a 25 em espaços públicos e 15 em espaços privados.

"Decidimos por esse número limite de 35 casos porque vimos alguns exemplos de quão rápido o aumento acontece de 35 para 50", disse Merkel.

Uma vez que o limite de 50 novas infecções por 100.000 seja excedido, restrições ainda mais severas serão aplicadas. Isso inclui limitar as reuniões privadas a 10 pessoas ou duas famílias e o fechamento de bares e restaurantes após as 23h. No momento, cidades como Berlim, que ultrapassaram a marca de 50 casos, já vêm impondo essas medidas, que incluem ainda a proibição da venda de álcool após as 23h.

As intensas negociações entre Merkel e os 16 governadores, que duraram oito horas, tiveram como objetivo estabelecer uma abordagem mais unificada em meio a preocupações de que o sistema federal alemão esteja promovendo regras contraditórias ou confusas.

Um ponto que gerou disputa foi a proibição acordada na semana passada de que viajantes domésticos das chamadas zonas de risco não possam ficar em hotéis ou apartamentos de férias em outras regiões.

Alguns governadores estão tentando derrubar a proibição. Diante da pressão, Merkel disse hoje que as negociações sobre o assunto seriam adiadas para depois das férias escolares de outono, em 8 de novembro.

Em vez disso, Merkel e os governadores concordaram por enquanto em exortar os cidadãos a evitar "viagens domésticas para dentro e fora de áreas" onde as infecções superaram a marca de 50 por 100.000 pessoas.

Merkel tem expressado nos últimos dias preocupação com o aumento de contágios, instando o país a não desperdiçar seu sucesso inicial em manter os números administráveis no primeiro semestre.

Mas as novas infecções continuaram a aumentar na quarta-feira, ultrapassando 5.000 casos em 24 horas - maior nível desde a primeira onda de março e abril.

Merkel também pediu especialmente para que os jovens façam sua parte para deter a disseminação do coronavírus, depois que festas privadas foram repetidamente apontadas como fontes de surtos localizados em cidades alemãs.

"Devemos pedir especialmente aos jovens que dispensem algumas festas agora para ter uma vida boa amanhã ou depois de amanhã", disse ela. O governador da Baviera, Markus Söder, ecoou seus comentários, pedindo uma "filosofia de mais máscaras, menos álcool e menos festas privadas".

Desde o início da pandemia, a Alemanha identificou 334.585 casos de covid-19 - 9.677 morreram.

JPS/rt/ap