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Alemanha indicia ex-chefe da Volkswagen

15 de abril de 2019

Em conexão com escândalo de emissões, Martin Winterkorn e outros quatro executivos são acusados de fraude grave e violação das leis de concorrência. Ele pode pegar até 10 anos de prisão.

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Ex-presidente-executivo do Grupo Volkswagen Martin Winterkorn
Acusado de fraude particularmente séria, ex-chefe da Volkswagen Martin Winterkorn pode pegar até 10 anos de prisãoFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Sohn

A promotoria da cidade alemã de Braunschweig entrou com um processo criminal contra o ex-presidente-executivo do Grupo Volkswagen Martin Winterkorn, em conexão com a manipulação realizada pela montadora em testes de emissões de veículos com motor a diesel.

Outros quatro executivos também foram acusados, informou a promotoria alemã em um comunicado nesta segunda-feira (15/04), sem dar seus nomes. O Grupo Volkswagen se recusou a comentar as acusações contra o ex-presidente-executivo, por a montadora não ser parte do processo.

A Volkswagen se viu mergulhada num escândalo em 2015, quando foi descoberto o uso de dispositivos em veículos a diesel que omitiam os dados reais das emissões de poluentes – a tentativa de fraudar os testes de poluição resultou em cerca de 29 bilhões de euros em multas, ressarcimentos e recompras. Ainda estão em aberto casos de centenas de clientes na Alemanha que buscam compensação por terem adquirido veículos manipulados.

"Os cinco [executivos] são acusados de múltiplos crimes realizados num única ação criminal, especialmente um caso particularmente grave de fraude e uma infração à lei contra a concorrência desleal", disseram os promotores de Braunschweig.

Os promotores dizem que os réus estão sujeitos a receber até dez anos de prisão na Alemanha. Os cinco acusados também podem perder bônus que tenham ganhado de vendas com base na manipulação. Segundo os promotores, as investigações contra outros 36 suspeitos seguem em andamento.

Winterkorn recebeu uma menção especial por supostamente ter agido como "avalista" das autoridades de que a Volkswagen não estava vendendo veículos manipulados "mesmo depois de saber das manipulações ilegais".

Os promotores afirmaram que Winterkorn decidiu não agir – apesar de sua responsabilidade como presidente-executivo da Volks – depois que ficou claro em 25 de maio de 2014 que ocorreram manipulações em motores a diesel. Ele deixou de comunicar as autoridades da Europa e dos EUA, assim como os clientes, e também não impediu a continuação da instalação dos softwares.

Segundo os promotores, a falta de transparência e de ação de Winterkorn fez com que a Volkswagen fosse multada em valores mais altos na Alemanha e nos Estados Unidos do que teria sido caso ele tivesse agido corretamente. Winterkorn deixou a chefia da Volkswagen em 2015.

Cerca de um ano atrás, os Estados Unidos apresentaram queixas criminais contra Winterkorn. O antigo executivo da Volks foi acusado de conspiração no acobertamento da fraude nas emissões dos motores a diesel da montadora. Winterkorn vive na Alemanha, que normalmente não extradita seus cidadãos para processos em tribunais americanos.

Em um caso relacionado, no mês passado, a Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA (SEC, na sigla em inglês) processou Winterkorn sob a alegação de que os investidores americanos foram informados tarde demais sobre o escândalo de emissões e foram prejudicados pela fraude.

PV/rtr/dpa/ap/afp

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