1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Alemanha e UE descartam saída da Grécia da zona do euro

5 de janeiro de 2015

Berlim diz que política do governo visa estabilizar bloco, incluindo economia grega. Para Comissão Europeia, fato de Atenas fazer parte da área de moeda única é condição "irrevogável".

https://p.dw.com/p/1EFHq
Krise Griechenland Symbolbild Euro Austritt
Foto: picture-alliance/dpa/Panagiotou

O governo alemão e a Comissão Europeia deram declarações de apoio nesta segunda-feira (05/01) à permanência da Grécia na zona do euro, que entrou em debate depois que o país, uma das economias mais fracas do bloco, entrou em severa crise política.

"Desde o início, a política do governo federal foi de estabilizar e fortalecer a zona do euro, incluindo a Grécia", disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert. "Nada mudou quanto a isso."

A declaração é uma reação a informações divulgadas pela revista Der Spiegel no fim de semana, segundo as quais a Alemanha estaria disposta a aceitar que a Grécia saísse da zona do euro.

No domingo, após a Spiegel afirmar que Merkel via a saída da Grécia como "quase inevitável", o vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel, declarou que Berlim quer o país permaneça na zona do euro e que não há planos de contingência para o contrário.

O debate havia sido alimentado por ameaças de políticos da coalizão de governo. "Se os gregos não estiverem preparados a dar continuidade às medidas de austeridade e às reformas, eles devem deixar a zona do euro", disse Michael Fuchs, vice-presidente da União Democrata Cristã (CDU) ao jornal Die Welt.

A Comissão Europeia também se manifestou sobre o assunto nesta segunda-feira. Uma porta-voz da instituição declarou que a saída completa da Grécia estava fora de cogitação, chamando atenção para a legislação europeia, segundo a qual o fato de fazer parte da zona do euro é uma condição "irrevogável".

"O euro veio para ficar. O euro mostrou sua capacidade de resistência", disse a porta-voz Annika Breidthardt.

O motivo para a discussão atual são as eleições parlamentares gregas, antecipadas para o próximo dia 25 de janeiro. No caso de vitória, a coligação esquerdista Syriza prometeu reverter as reformas impostas pelos credores internacionais e renegociar o acordo de ajuda à Grécia com a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Muitos dizem que isso colocaria em questão a permanência da Grécia à zona do euro.

Breidthardt disse que, caso as eleições exijam que se reavaliem as condições para a Grécia fazer parte da zona do euro, a Comissão Europeia "lidará com isso assim que os eleitores gregos tenham dado seu veredicto".

Em meio às incertezas envolvendo a Grécia e após polêmicas declarações de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), sobre possíveis medidas para conter uma deflação no bloco econômico, o euro atingiu nesta segunda-feira sua pior cotação frente ao dólar em nove anos.

LPF/dw/ap/dpa