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Economia

13 de agosto de 2009

Paris e Berlim conseguem reverter tendência de crescimento negativo da economia e retomam posição de locomotiva da economia dos países da zona do euro. Especialistas alertam contra risco de euforia excessiva.

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Países exportadores lucraram com reaquecimento do comércio mundialFoto: picture-alliance / dpa

A pior recessão da história da Alemanha no pós-guerra chegou ao fim. Segundo dados divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha, nesta quinta-feira (13/08), a economia do país, que é a maior da Europa, cresceu 0,3% no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior.

Esse é o primeiro crescimento registrado desde o início do ano passado. A Alemanha foi uma das primeiras nações industriais a conseguir reverter a tendência de crescimento negativo da economia, que no mesmo período encolheu nos EUA (0,3%), no Reino Unido (0,8%) e na Itália (0,5%).

O crescimento econômico alemão foi acompanhado pelo da França, cuja economia também registrou alta idêntica. Paris e Berlim tornam-se novamente locomotiva conjuntural para a economia dos países que fazem parte da zona do euro. Somente a Eslováquia conseguiu crescimento maior.

Zona do euro ainda em recessão

No entanto, prognósticos do departamento de estatísticas europeu (Eurostat) apontam para uma redução de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) dos 16 países que fazem parte da zona do euro no segundo trimestre, após um encolhimento de 2,5% registrado no início do ano.

Em seu relatório mensal, o Banco Central Europeu (BCE) alertou, porém, que "é de se esperar que a atividade econômica continue fraca no decorrer do ano". Após uma fase de estabilização, somente em 2010 está sendo esperada uma recuperação paulatina com taxas positivas de crescimento.

Ação do governo

Symbolbild Europa Aufschwung
Fim da recessão na zona do euro só em 2010, diz BCEFoto: pa/Helga Lade Fotoagentur GmbH/DW

Na Alemanha, analistas esperavam um recuo da economia de 0,2% para o segundo trimestre deste ano. Apesar da surpresa do crescimento, o PIB alemão encolheu 7,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O aumento do consumo privado e estatal, como também os investimentos na construção civil contribuíram para a tendência positiva. A Alemanha, campeã mundial de exportações, foi também um dos países que mais lucrou com a recuperação do comércio global. Após a correção da inflação, as importações encolheram bem mais que as exportações.

O governo alemão saudou o desenvolvimento como resultado de sua política. "Estes números deveriam nos motivar. Eles comprovam que o maior recuo já é coisa do passado", afirmou o ministro alemão da Economia, Karl-Theodor zu Guttenberg. Para o ministro, a estabilização deveu-se principalmente à ação "rápida e dinâmica" do governo alemão

Alerta contra euforia

Especialistas alertam, no entanto, contra um euforia excessiva. Segundo o analista Christoph Schmidt, que acompanha o desenvolvimento da economia alemã, a Alemanha ainda vai sofrer durante muito tempo com a crise. "Precisaremos até 2013 para chegarmos onde estávamos antes da crise", afirmou.

"Ainda estamos muito distantes de um crescimento que mantenha o número de empregos estável, chegando até mesmo a aumentá-lo". Até 2010, por volta de um milhão de pessoas irão perder seus empregos no país, prevê Schmidt. O número de desempregados chegará então a 4,5 milhões. Isso pode arrefecer o consumo privado – o principal apoio conjuntural – acredita o economista.

CA/rtrs/dpa/ap

Revisão: Soraia Vilela