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Conta da crise

10 de julho de 2010

Berlim e Paris pedem que nova presidência belga da União Europeia (UE) se engaje para implantar imposto sobre transações financeiras. O assunto já havia sido rejeitado pelos líderes do G20.

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Dinheiro extra ajudaria UE a reforçar orçamentoFoto: picture alliance/dpa

Alemanha e França se esforçam para que a discussão sobre a taxação bancária não saia da agenda da União Europeia. Apesar de a pauta não ter sido aprovada pelos líderes do G20, em junho último, os dois países, principais incentivadores do bloco europeu, pressionam para que a medida seja adotada.

Numa carta dirigida à presidência rotativa belga da UE, nesta sexta-feira (09/07), Wolfgang Schäuble, ministro alemão de Finanças, e sua colega francesa, Christine Lagarde, pedem que o assunto seja abordado na reunião informal entre ministros de Finanças do bloco, que se realizará no final de setembro em Bruxelas.

No texto, Schäuble e Lagarde dizem ao colega de pasta belga, Didier Reynders, chefe da reunião ministerial, que a União Europeia deveria, de alguma forma, promover um grande esforço para dar continuidade ao tema, considerado tecnicamente possível e essencial pelos ministros da Alemanha e França.

Ainda na crise

A justificativa para tal imposto sobre transações financeiras, segundo alega Schäuble, é dividir os custos da crise com os bancos. O ministro alemão acredita que, a partir de 2012, seria possível recolher 2 bilhões de euros ao ano.

No início de julho, Schäuble abordou o tema no Parlamento alemão e afirmou que a população não pode perder a confiança nas instituições democráticas devido à falta de habilidade dos negociadores globais em lidar com o tema.

Em entrevista ao jornal de economia Handelsblatt, a ministra francesa afirma, por sua vez, que a carência orçamentária se espalha por toda a Europa e, por isso, o continente precisa desenvolver fontes inovadoras de recursos financeiros. "O imposto sobre transações financeiras é uma delas", defende. Lagarde reconhece, no entanto, que Alemanha e França estão isoladas na União Europeia por defender a medida.

A favor do imposto

Neste sábado (10/07), a Federação Alemã da Indústria Metalúrgica (Gesamtmettal) manifestou-se favorável à implantação da cobrança. "Faria com que a circulação de dinheiro nos mercados financeiros ficasse mais cara e criaria um incentivo para mais investimentos na economia real", disse o presidente da federação, Martin Kannegiesser, em entrevista ao Berliner Zeitung.

Atualmente, diz Kannegiesser, é muito mais atraente investir em produtos financeiros. "O setor industrial não consegue, nem de longe, se aproximar dos rendimentos que ali são possíveis."

Um dos principais opositores ao imposto é o Reino Unido: o país teme que as instituições financeiras se mudem para outras partes do globo, como a Ásia, opinião também manifestada pelo governo australiano.

NP/afp/apn/dpa/rts

Revisão: Carlos Albuquerque