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Alemanha deflagra ação contra radicalismo islâmico

15 de novembro de 2016

Mais de dez estados foram alvo da operação, que teve como foco o grupo salafista "A Religião Verdadeira", suspeito de recrutar membros para o "Estado Islâmico". Organização também foi proibida no país.

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Deutschland Razzia gegen Islamisten
Foto: picture-alliance/dpa/C. Charisius

A polícia alemã deflagrou na manhã desta terça-feira (15/11) buscas em cerca de 200 casas e escritórios suspeitos de servirem de apoio para o "Estado Islâmico" (EI). A operação teve foco no grupo radical salafista "A Religião Verdadeira” (DWR, na sigla em alemão"), que acaba de ser declarado ilegal no país.

De acordo com a agência de notícias alemã DPA, centenas de policiais participaram da operação atrás de supostos redutos de organizadores e simpatizantes do "Estado Islâmico". A ação começou às 6h30 (hora local) simultaneamente em dez estados do oeste da Alemanha, incluindo Berlim. Não foi registrada nenhuma busca no Leste alemão.

Alemanha proíbe e dissolve grupo salafista

Em Hessen houve 65 buscas (15 delas em Frankfurt), ao passo que Renânia do Norte-Vestfália e Baviera tiveram mais de 30 cada. Na Baixa Saxônia, as autoridades executaram buscas em mais de 20 propriedades e, em Berlim, foram quase 20. Baden-Württemberg (15), Schleswig-Holstein (5), Renânia Palatinado (5), Hamburgo (5) e Bremen (1) também foram alvo da ação.

Ainda pela manhã, o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, se pronunciou sobre o caso: "A Alemanha é uma verdadeira democracia. Não há espaço para os radicais islâmicos violentos em nossa sociedade", afirmou o político, afirmando que a proibição da DWR representa um claro sinal na luta contra o terrorismo islâmico.

Segundo Maizière, o DWR "glorifica o assassinato e o terrorismo" e representa uma "uma frente hostil do islã". O ministro do Interior não quer que "o terrorismo seja exportado da Alemanha". "A violação sistemática dos nossos valores fundamentais é incompatível com a suposta liberdade religiosa", argumentou.

A DWR, que conta com centenas de membros, está por trás de uma controversa campanha de distribuição do Alcorão chamada "Leia!", cujo objetivo é ter o livro presente em todos os lares da Alemanha. O fundador do grupo, Ibrahim Abou-Nagie, estima que até a metade de 2016, cerca de 3,5 milhões de cópias já haviam sido distribuídas pelo país.

A ação desta terça-feira não visa proibir a difusão da crença muçulmana ou a distribuição do Alcorão e suas traduções, mas apenas o abuso da religião por ativistas radicais que propagam suas ideologias extremas ou apoiam organizações terroristas.

IP/dpa/afp/rtr