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Alemanha cresce 0,1% e escapa da recessão

14 de novembro de 2019

Após contração de 0,2% no trimestre anterior, PIB alemão surpreende e avança ligeiramente entre julho e setembro. Governo pondera que indicadores continuam fracos e que ainda não há indícios de recuperação.

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Porto de Hamburgo
Porto de Hamburgo: conflito comercial China-EUA e incerteza gerada pelo Brexit contribuíram para desaceleração alemãFoto: picture-alliance/dpa/A. Heimken

O Produto Interno Bruto (PIB) alemão cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, evitando uma recessão técnica após uma contração de 0,2% no trimestre anterior, informou nesta quinta-feira (14/11) o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis).

Os economistas falam de uma "recessão técnica" quando o PIB se contrai por dois trimestres consecutivos. A última recessão técnica na Alemanha ocorreu no final de 2012. 

No primeiro trimestre deste ano, o PIB alemão cresceu 0,5%. No segundo trimestre, inicialmente havia sido divulgada uma contração da economia de 0,1%, que o Destatis agora corrigiu para 0,2%.

O crescimento econômico surpreendeu especialistas, que esperavam uma segunda retração em série.

O Ministério da Economia alemão ponderou nesta quinta-feira que os números da economia permaneceram fracos no terceiro trimestre e ressaltou que não há sinais de recuperação, acrescentando que as empresas alemãs não esperam um aumento nas exportações nos próximos meses. 

"Os indicadores ainda não apontam uma recuperação conjuntural, mas os indicadores climáticos de negócios enviam um primeiro raio de esperança", frisou o ministério em seu relatório mensal.

"Não temos uma recessão técnica, mas os números de crescimento ainda são muito fracos", disse o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier.

A maioria dos analistas não espera uma recessão no futuro próximo, apesar da desaceleração do crescimento. O que se espera é que neste ano o crescimento fique claramente abaixo do de 2018, quando o PIB teve um aumento de 1,5%. O prognóstico é que o crescimento neste ano seja de 0,5%.

A desaceleração é atribuída sobretudo ao conflito comercial entre China e Estados Unidos e à incerteza gerada pelo Brexit, que prejudicam cadeias de abastecimento e a confiança de investidores, respingando nas exportações de setores-chave da economia alemã.

A indústria automotiva, pilar econômico alemão, atravessa um período de demanda decrescente, enquanto tenta acelerar a cara transição para abandonar os motores a diesel.

Apesar da conjuntura, em setembro o país registrou um  aumento nas exportações de 4,6%. Ao longo do ano, o crescimento acumulado das exportações é de 1%.

Atualmente, o consumo privado é considerado o principal fator de crescimento na Alemanha, devido em grande parte à baixa taxa de desemprego. No entanto, a desaceleração econômica pode afetar negativamente o ânimo dos consumidores.

De acordo com a sociedade alemã de pesquisa de mercado GfK, o ânimo de consumo em novembro é o menor registrado desde o terceiro trimestre de 2016.

Na semana passada, o painel independente de economistas que assessora o governo alemão afirmou que não há sinais de uma "recessão geral e profunda". O governo tem resistido a pedidos para utilizar seu superávit orçamentário em programas de estímulos econômicos.

MD/efe/afp/dpa/rtr

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