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Alemanha condena refugiado à prisão perpétua

22 de março de 2018

Jovem estuprou e matou estudante de 19 anos de Freiburg, em caso que, no auge da crise migratória, gerou repercussão nacional ao expôr problemas da política de portas abertas alemã.

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Freiburg Urteil erwartet im Prozess gegen Hussein K.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Seeger

Um tribunal de Freiburg condenou o requerente de refúgio Hussein K. à prisão perpétua por assassinato e estupro nesta quinta-feira (22/03). É a pena máxima para crimes desse gênero.

Na sentença, a corte definiu o crime como de extrema gravidade, o que deve impossibilitar, como pode acontecer em outros casos de prisão perpétua na Alemanha, uma libertação condicional após 15 anos. O mais provável é que Hussein passe a vida na cadeia.

Entenda o caso: Um crime abala a liberal e receptiva Freiburg

Hussein reconheceu perante o tribunal que estuprou e matou uma estudante de medicina de 19 anos em Freiburg, em outubro de 2016, em meio à controvérsia sobre a chegada de milhares de refugiados à Alemanha. O caso teve repercussão nacional. O público presente à sessão aplaudiu após ouvir o anúncio da sentença.

Deutschland Mordprozess gegen Hussein K. | ARCHIV
Hussein no tribunal em FreiburgFoto: picture-alliance/dpa/P. Seeger

Depois de sufocar e estuprar a estudante, Hussein jogou o corpo dela num riacho, onde ela morreu afogada. Peritos disseram que ela morreu depois de uma hora na água. "Ele sabia que ela ainda estava viva quando a colocou no riacho, sabia que ela iria se afogar", afirmou a presidente do júri, Kathrin Schenk.

O julgamento, que durou mais de meio ano, foi marcado também pela polêmica em torno da idade do acusado, o que influenciaria a pena.

Inicialmente, Hussein declarara ter 17 anos no dia do crime. Mais tarde, disse que mentiu. Peritos determinaram que ele tinha no mínimo 22 anos. Esse foi o entendimento adotado pelo tribunal, que consequentemente julgou Hussein como adulto e não como menor de idade.

A acusação havia solicitado a prisão perpétua para o acusado. A defesa não especificara uma pena, mas defendera uma terapia para drogas e programas de ressocialização para Hussein.

Segundo as autoridades alemãs, Hussein chegou à Alemanha em 12 de novembro de 2015, sem documentos. Na condição de menor de idade sem responsáveis, ele ficou sob a guarda das autoridades de proteção da infância e morava com uma família.

As autoridades alemãs não sabiam que Hussein já havia sido condenado a dez anos de prisão na Grécia, em 2013, devido à tentativa de assassinato de uma jovem na ilha de Corfu. Em outubro de 2015, ele foi solto em liberdade condicional e fugiu para a Alemanha. A nacionalidade dele é desconhecida, mas as autoridades acreditam que ele venha do Irã, e não do Afeganistão.

A revelação sobre o crime na Grécia só veio à tona em dezembro de 2016, expondo falhas no compartilhamento de informações de segurança entre países-membros da zona de livre-trânsito na Europa.

O caso deu combustível aos críticos da política de portas abertas de Merkel, que levou à entrada de mais de 1 milhão de migrantes na Alemanha a partir de 2015, e gerou um debate sobre o papel da imprensa na crise migratória.

AS/dpa/afp

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