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Alemanha arquiva inquérito sobre "traição" por jornalistas

10 de agosto de 2015

Procurador afirma que informações publicadas no blog Netzpolitik.org não são segredo de Estado. Blogueiros eram acusados de divulgar documentos sigilosos sobre programa de vigilância da internet.

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Os jornalistas do blog Netzpolitik.org: Markus Beckedahl (dir.) e Andre MeisterFoto: picture-alliance/dpa/B. Pedersen

A Procuradoria Geral da Alemanha arquivou o inquérito sobre uma suposta traição à pátria cometida por dois jornalistas do blog Netzpolitik.org. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (10/08), o procurador-geral interino, Gerhard Altvater, disse que as informações publicadas pelos jornalistas não se enquadram na definição legal de segredo de Estado.

Os jornalistas Markus Beckedahl e Andreas Meister publicaram no blog, um dos mais respeitados da área de política na Alemanha, documentos internos do Departamento Federal de Proteção da Constituição, o serviço secreto interno do país.

Os documentos detalhavam planos do serviço secreto para elevar a vigilância na internet, sobretudo nas redes sociais. A queixa contra os dois jornalistas havia sido apresentada pelo presidente do Departamento Federal de Proteção da Constituição, Hans-Georg Maassen.

A investigação do trabalho de dois jornalistas gerou uma onda de críticas e foi comparada a um caso emblemático da luta pela liberdade de imprensa na Alemanha, o Spiegel-Affäre (Caso Spiegel). O procurador-geral Harald Range acabou afastado pelo ministro da Justiça, Heiko Maas, depois de acusar Maas de interferência política na investigação.

A Procuradoria Geral destacou que, embora a investigação dos dois jornalistas tenha sido arquivada, o inquérito sobre violação do sigilo profissional, por parte das fontes anônimas deles, continua a fim de descobrir quem teria repassado os documentos.

Apesar de livres de acusações, os jornalistas do Netzpolitik.org exigem esclarecimentos. Beckedahl declarou que quer saber se chegou a ser vigiado durante as investigações. "Queremos saber também quem são os responsáveis dentro do governo federal."

PV/dpa/afp/epd/rtr