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Alemanha absolve membros da “polícia da sharia”

22 de novembro de 2016

Grupo uniformizado patrulhava ruas de cidade do oeste alemão dizendo para pessoas se absterem de bebidas alcoólicas, música e jogos de azar. Tribunal alega não ter encontrado nenhum ato passível de punição.

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Foto da "polícia da Sharia" publicada no Facebook
Foto da "polícia da Sharia" publicada no FacebookFoto: picture alliance/ROPI

Um tribunal de Wuppertal, no oeste da Alemanha, julgou inocentes nesta segunda-feira (21/11) sete muçulmanos membros da "polícia da sharia", grupo que, liderado por um salafista, provocou indignação em 2014 ao realizar patrulhas nas ruas da cidade alemã.

A corte alegou que não foi encontrado no ato nenhum crime passível de punição, pois os uniformes usados pelo grupo não apresentariam caráter intimidatório ou terrorista. A sentença admite apelação.

Para os juízes do tribunal distrital de Wuppertal , os sete acusados ​​ não violaram nenhuma lei ao usarem coletes alaranjados com as palavras "polícia da sharia". A corte avaliou que só se poderia falar de uma violação se os uniformes tivessem um teor "provocativamente militante" ou um "efeito intimidante".

A decisão foi fundamentada nas declarações de uma testemunha ocular, que afirmou ter acreditado que o grupo fazia parte de uma celebração de despedida de solteiro. Os juízes também disseram que não havia nenhuma prova para sugerir que os homens – todos entre 25 e 34 anos de idade – tinham qualquer intenção de violar a lei ao vestirem os coletes. As roupas tampouco foram apreendidas.

Há dois anos, a "polícia da sharia” provocou indignação ao realizar patrulhas nas ruas da cidade alemã. Liderados pelo salafista Sven Lau, os membros do grupo patrulhavam as ruas próximas da estação central de trens dizendo aos transeuntes que se abstivessem de bebidas alcóolicas, música e jogos de azar – tudo de acordo com o código de conduta muçulmano conhecido como sharia. Eles também distribuíram panfletos onde declaravam o centro de Wuppertal como "zona controlada pela sharia”.

Lau, um pregador muçulmano polêmico, responde julgamento por supostamente apoiar grupos terroristas na Síria. Relatos sugerem que formações semelhantes de "polícia da sharia” também estariam operando em Londres, Copenhagen e Hamburgo.

IP/kna/dpa