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Alemães estão descontentes com UE

Nina Werkhäuser md
30 de novembro de 2016

Pesquisa revela que população a Alemanha deseja uma Europa mais coesa, com maior cooperação entre seus membros. Maioria acredita que bloco perde força com Brexit e que deve ter participação mais ativa no mundo.

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Symbolbild EU Krise
Foto: Getty Images/C. Furlong

Os alemães estão insatisfeitos com a União Europeia: 62% acreditam que ela não está no caminho certo, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (30/11), realizado pelo instituto TNS Infratest Politikforschung, por encomenda da Fundação Körber. O Brexit está sendo decisivo para o enfraquecimento da coesão do bloco, na opinião de 67% dos alemães. A maioria deseja dureza nas negociações para a saída do Reino Unido.

Uma visão mais crítica sobre a EU é mais pronunciada entre os entrevistados de 18 a 29 anos. Com relação às preferências partidárias, os eleitores do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) são particularmente críticos em relação à UE. Apenas 2% dos adeptos da legenda acreditam que a UE está no caminho certo. Entre os simpatizantes do partido socialista A Esquerda, eles são 19%, enquanto 50% dos eleitores dos conservadores União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU) têm essa opinião.

Infografik Zukünftige Gestaltung Europas portugiesisch

Qual UE os alemães querem?

Ao invés de um bloco dividido, os alemães desejam uma UE que atue de forma coesa, que seja transparente e próxima aos cidadãos. Quase unanimemente, os entrevistados disseram desejar uma maior cooperação a nível europeu. "As pessoas querem que a Europa funcione", comentou o ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier, a pesquisa, citando temas como migração e segurança.

No entanto progressos já podem ser reconhecidos, acrescentou. Ele ressalta que há uma grande disposição dos Estados-membros europeus de promover uma política comum de segurança e defesa. Entretanto, somente 54% dos alemães entrevistados apoiam uma força militar conjunta, enquanto 82% acreditam que a UE deve desempenhar um papel mais ativo no mundo.

Mais liderança alemã

Amplamente aceito, no entanto, é o função de liderança da Alemanha dentro da EU, com 59% dos entrevistados dizendo querer uma ampliação desse papel. Apenas 43% acreditam que o empenho do país é suficientemente reconhecido pelos outros membros do bloco. Uma clara maioria rejeita disponibilizar mais recursos financeiros e humanos a Bruxelas.

Quando se trata de reforma da UE, a maioria dos entrevistados deseja cooperação de todos os Estados-membros. Apenas 13% acham que a dupla Alemanha-França possa dar novo impulso à Europa. Mas a maioria quer uma cooperação bilateral mais forte com os principais parceiros europeus: com a França (80%), Itália, Holanda (ambos 71%) e Polônia (67%). Já o apoio à cooperação com o Reino Unido caiu sensivelmente. A maioria dos alemães rejeita uma ampliação da UE. Isto fica especialmente claro em relação à adesão da Turquia, rejeitada por 80% dos consultados.

Premiê britânica, Theresa May, e chanceler alemã, Angela Merkel
Premiê britânica, Theresa May, e chanceler alemã, Angela Merkel: Brexit enfraquece UEFoto: Reuters/M. Sohn

Crise de refugiados

Em relação à superação da crise dos refugiados, 73% acreditam que uma solução só é possível no nível europeu. A mesma porcentagem de entrevistados acredita que os outros Estados-membros da UE não ajudaram a Alemanha a lidar com a crise migratória.

Uma esmagadora maioria (91%) pede um maior empenho da UE no combate ao êxodo em outros países, mesmo que associado a custos adicionais. A grande maioria rejeita um fechamento das fronteiras da Alemanha como solução para a crise de refugiados. E, embora o número de refugiados tenha diminuído significativamente, apenas um terço dos entrevistados considera eficiente o acordo de refugiados com a Turquia.