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"Ainda não estamos onde deveríamos", diz Merkel na COP26

1 de novembro de 2021

Em discurso na COP26, chefe de governo alemã faz apelo à comunidade internacional por compromissos mais ambiciosos no combate ao aquecimento do planeta. "Devemos e podemos implementar o Acordo de Paris."

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Angela Merkel na COP26 em Glasgow
Esta é a última cúpula climática da ONU de Merkel, que está deixando o poder após 16 anosFoto: Guido Bergmann/Bundesregierung/Getty Images

Em discurso na COP26, a Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, que ocorre em Glasgow, Escócia, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, fez um apelo nesta segunda-feira (01/11) para que a comunidade internacional estabeleça metas climáticas mais ambiciosas.

"Não estamos ainda aonde devemos chegar", declarou Merkel na cúpula do clima, sua última como chefe de governo alemã. Segundo ela, as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa apresentadas pelos países signatários do Acordo de Paris ainda "não correspondem" ao que foi acordado na capital francesa em 2015.

"Devemos e podemos implementar o Acordo de Paris", continuou. "E a comunidade mundial espera que nos apresentemos de uma melhor forma no final desta conferência do que estávamos no início", afirmou, lembrando que os países desenvolvidos, maiores emissores de CO2, têm "uma responsabilidade especial" no combate à mudança climática.

Com esse fim, a líder alemã – que presidiu a primeira cúpula climática da ONU, a COP1, em 1995 – foi enfática ao defender que os países precisam estabelecer um preço para as emissões, que são a principal causa do aquecimento global.

"Apelo para que se coloque um preço nas emissões de dióxido de carbono, como já fazemos na União Europeia, como a China pretende fazer e como precisamos aplicar em outros países do mundo. Se o fizermos, podemos garantir que as nossas indústrias, as nossas atividades econômicas desenvolvam as melhores tecnologias e métodos para atingirem a neutralidade carbônica", declarou.

Merkel afirmou ainda que acabar com o uso de combustíveis fósseis, como o carvão, para a produção de energia não depende apenas da ação dos governos. É preciso "mudar a maneira de fazer negócios" e caminhar para uma "transformação abrangente" que encoraje a passagem para "mobilidade e processos industriais sem emissões carbônicas", destacou.

Segundo a chanceler alemã, esta é uma "década decisiva" para a taxação das emissões.

"[É preciso] mais ambição no desenvolvimento de instrumentos globais que façam sentido economicamente e não sirvam apenas para gastar o dinheiro dos contribuintes. E para mim isso é o preço do CO2", declarou.

Metas alemãs

Merkel lembrou que as metas definidas pela Alemanha incluem uma redução de 65% das emissões de gases de efeito de estufa até 2030 em relação aos níveis de 1990, bem como a neutralidade carbônica até 2045.

O financiamento dessas metas é uma parte importante das discussões entre os principais partidos políticos da Alemanha, que tentam agora formar uma coalizão de governo após as eleições de setembro no país europeu.

Merkel está entre os mais de 120 chefes de Estado e de governo reunidos em Glasgow para a cúpula climática de dois dias, que seus organizadores dizem ser crucial para traçar um caminho que não leve a um aquecimento global catastrófico.

Os líderes globais apresentarão suas estratégias para cumprir com o objetivo de limitar o aquecimento global em 1,5 °C em relação à era pré-industrial e, em seguida, os negociadores indicados pelos governos, blocos comunitários, organizações e empresas buscarão fechar, durante as duas próximas semanas, um acordo final para a COP26.

ek (AP, Reuters, Lusa)