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Diálogo retomado

4 de outubro de 2009

Diretor da Agência Internacional de Energia Atômica confirma que inspetores visitarão a planta de Qom no próximo dia 25 de outubro. Jornal afirma que Irã dispõe de informação necessária para construir uma bomba nuclear.

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Foto: AP Graphics/DW

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El Baradei, anunciou neste domingo (04/10) em Teerã que inspetores internacionais visitarão a nova planta nuclear iraniana, situada na cidade de Qom, no próximo dia 25 de outubro.

O anúncio foi feito no mesmo dia em que o jornal The New York Times publicou matéria afirmando que o Irã dispõe da informação necessária para o desenvolvimento e a construção de uma bomba atômica.

Consultado pela agência alemã de notícias DPA, o especialista Volker Perthes, do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança (Stiftung Wissenschaft und Politik), se mostrou otimista com os avanços nas negociações. Para ele, criou-se uma relação de confiança entre os dois lados.

Datas confirmadas

El Baradei reuniu-se em Teerã com o presidente Mahmud Ahmadinejad apenas três dias após a retomada das conversações entre o governo iraniano, os cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança (Estados Unidos, Reino Unido, China, Rússia e França) e a Alemanha. O retorno ao diálogo se deu em reunião em Genebra, na Suíça, na quinta-feira passada.

Iran / Atom / ElBaradei
El Baradei chega a TeerãFoto: AP

"É importante para nós enviar nossos inspetores para assegurarmos que essa planta tem propósitos pacíficos", disse El Baradei, acrescentando que a república islâmica deveria ter informado a AIEA sobre a planta de Qom quando decidiu construí-la.

O diretor-geral da AIEA disse que não concorda com o argumento de Teerã, segundo o qual a AIEA apenas teria de ser notificada três meses antes de a planta entrar em funcionamento. O governo iraniano divulgou apenas na semana passada que a planta existe e deverá começar a funcionar no final de 2010.

Também ficou acertado que no dia 19 de outubro o diretor da agência iraniana de energia atômica, Ali Akbar Salehi, debaterá em Viena com representantes da Rússia e da França a proposta de o Irã enviar urânio para enriquecimento no exterior.

Irã rechaça acusações de construção de bomba

Assim, o governo iraniano cede em duas exigências da comunidade internacional: a inspeção da planta nuclear de Qom e o enriquecimento de urânio no exterior. A comunidade internacional teme que o Irã utilize o urânio enriquecido para a construção de uma bomba atômica. O governo iraniano rechaça com veemência a acusação.

O enriquecimento de urânio no exterior é uma proposta antiga do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Irã sempre a recusara, mas cedeu esta semana, no encontro de Genebra. A decisão é importante porque permite um melhor controle, pela comunidade internacional, da utilização do urânio enriquecido.

O especialista Perthes destacou a importância de o Irã ter cedido na questão do enriquecimento de urânio no exterior. Com isso, segundo ele, uma das principais preocupações do Ocidente foi resolvida.

Relatório confidencial

A matéria publicada pelo jornal The New York Times cita um relatório confidencial de funcionários de alto escalão e destaca que as conclusões, feitas pelos serviços secretos e a partir de investigações da AIEA, são provisórias e requerem provas.

Segundo o jornal, funcionários europeus que redigiram o documento afirmaram que o Irã tem "informação suficiente para desenvolver e produzir um artefato nuclear capaz de implosão". O Irã provavelmente recebeu as informações necessárias de fontes externas e as ajustou a suas necessidades, indicou o jornal

AS/dpa/rtr

Revisão: Roselaine Wandscheer