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Agência reduz nota do Brasil, e governo diz que decisão é inconsistente

25 de março de 2014

Nova nota é a última do chamado grau de investimento, que indica lugar seguro para se investir. Governo diz que corte na avaliação é inconsistente com as condições econômicas.

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Foto: Comugnero Silvana/Fotolia

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) reduziu a nota do Brasil de BBB para BBB- e estimou um crescimento tímido da economia brasileira para os próximos anos.

A nova nota brasileira é a última do chamado grau de investimento, ou seja, o país continua sendo um lugar seguro para se investir, na avaliação da agência. O grau seguinte é o especulativo, mas a agência disse que a tendência de sua avaliação é estável, ou seja, a nota deve se manter no novo patamar.

A S&P afirmou que a decisão foi tomada com base numa combinação de piora das contas públicas, baixo crescimento econômico e enfraquecimento das contas externas do país.

O relatório, divulgado nesta segunda-feira (24/03), ainda apontou que o crescimento da economia do Brasil permanecerá "fraco" nos próximos anos, atingindo 1,8% em 2014 e 2% em 2015 – em 2013, o índice foi de 2,3%.

A agência ainda afirmou que o deficit público também deverá aumentar, passando de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 para 3,9% em 2014.

De acordo com o documento, esses fatores, aliados a problemas estruturais como a baixa taxa de investimento estrangeiro, deixam ao governo da presidente Dilma Rousseff um "espaço reduzido para manobras diante de choques externos".

Governo contesta avaliação

O Ministério da Fazenda, porém, rejeitou a avaliação da S&P, afirmando que ela é "inconsistente" com as condições econômicas do país. Segundo o governo, a redução da nota "não reflete a performance sólida do Brasil" e é contraditória com a solidez e os fundamentos do país.

No texto, o ministério reafirmou o compromisso com a meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de 1,9% do PIB em 2014 e com o equilíbrio fiscal nos próximos anos.

Para o Ministério da Fazenda, a avaliação sobre a situação fiscal brasileira está equivocada por não levar em conta que o país tem gerado um dos maiores superávits primários do mundo nos últimos 15 anos e está reduzindo o endividamento público.

Em relação ao crescimento econômico, uma das causas apontadas pela agência para o corte da nota de classificação, o ministério ressaltou que o país cresceu 17,8% desde o início da crise econômica internacional, em 2008, e acumula uma das maiores taxas de crescimento no período entre os países do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta).

RM/afp/dpa/lusa/abr