Afeganistão adia eleições presidenciais
30 de dezembro de 2018A eleição presidencial do Afeganistão será adiada por três meses. Originalmente, o pleito deveria ocorrer em 20 de abril, mas a data foi transferida para 20 de julho de 2019. As autoridades eleitorais afirmaram neste domingo (30/12) que o adiamento foi necessário para obter mais tempo para organizar a votação.
O anúncio foi feito após duras críticas à caótica eleição parlamentar de outubro, que registrou problemas como ataques a bomba e equipamentos defeituosos de verificação biométrica, além de listas incompletas de eleitores e enormes atrasos nas seções de votação.
A data original da eleição também foi colocada em xeque pro causa das negociações em andamento entre o enviado especial dos EUA, Zalmay Khalilzad, e representantes do Talibã que tentam alcançar um processo completo de paz para acabar com a guerra no Afeganistão.
"Abril será muito difícil por causa do inverno rigoroso e do transporte de material eleitoral, além de segurança e questões orçamentárias", disse Gula Jan Abdul Bade Sayad, presidente da Comissão Eleitoral Independente (IEC, na sigla em inglês).
"Para nos prepararmos melhor para a votação, decidimos realizar a eleição em julho do próximo ano", acrescentou.
O presidente Ashraf Ghani havia insistido anteriormente que a eleição iria ser realizada em abril, mas Shahhussain Murtazawi, porta-voz do palácio presidencial, disse que o governo acatou a decisão da IEC.
O atraso é mais um episódio da conturbada história das eleições no Afeganistão. Antes da tumultuada votação parlamentar de outubro passado, cujos resultados completos ainda não foram anunciados, a eleição presidencial de 2014 também havia sido marcada por acusações de fraude.
Com a aproximação da eleição, manobras políticas intensificaram-se em Cabul nos últimos meses. Ashraf Ghani é o favorito para conquistar um segundo mandato presidencial de cinco anos. Entre seus adversários está o seu ex-assessor de segurança nacional Hanif Atmar e o atual presidente-executivo do governo Abdullah Abdullah.
JPS/ots/afp/rt
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