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Abrindo portas para jovens talentos musicais

eb / lk21 de fevereiro de 2004

A Orquestra Filarmônica Jovem de Colônia proporciona segurança financeira e chances para o futuro profissional, fatores importantes para jovens talentos que deixaram o Leste Europeu.

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Músicos de 40 países integram a Filarmônica Jovem de ColôniaFoto: Volker Hartung

Uma sala acanhada num centro cultural de Colônia serve de ponto de encontro para os ensaios de 58 jovens músicos. Quando eles conversam entre si, nos intervalos, o espectador pensa involuntariamente na Torre de Babel: sons, para ele incompreensíveis, do russo, búlgaro, servo-croata e idiomas asiáticos preenchem o ambiente. Os jovens talentos, provenientes de 40 diferentes países, compõem a Orquestra Filarmônica Jovem de Colônia.

Resquícios do fim do comunismo

A maioria deles vem dos países do Leste da Europa — Rússia e Ucrânia, Sérvia e Bulgária, Macedônia e Hungria —, onde as conturbações político-sociais resultantes da derrocada do regime comunista tiveram como conseqüência também o êxodo de milhares de músicos, um fenômeno que se registra ainda agora.

Na Alemanha, escolhida por muitos como destino, eles geralmente não têm dificuldade de ser aprovados nos exames de admissão para as escolas superiores de música — já que muitos deixam seus lugares de origem depois de formados. Um problema sério, no entanto, é como sobreviver no país estranho. Sem o apoio da família e sem direito a subsídios públicos, muitos tocam ao ar livre nos calçadões das cidades, trabalham na cozinha de restaurantes ou fazendo faxina para ganhar uns trocados.

Multiculturalismo, desafio para o regente

Diante dessas circunstâncias, ser aceito para integrar a Filarmônica Jovem é uma bênção para os que estudam na Escola Superior de Música de Colônia. A orquestra absolve um programa de 120 a 150 concertos por ano, cada músico recebe 80 euros por apresentação. O acanhamento das instalações para os ensaios é algo que, para eles, não tem importância nenhuma.

A riqueza resultante do encontro de talentos provenientes de tão diferentes culturas e talentos representa, ao mesmo tempo, um desafio para o regente, Volker Hartung, tanto sob o aspecto musical quanto humano. A função exige do maestro muito tato na tarefa de criar uma nova tradição musical que seja homogênea, apesar da heterogeneidade. Ou de conciliar comportamentos arraigados em tradições culturais que não coadunam com as metas de trabalho.

Por exemplo, convencer músicos a aceitar que uma colega assuma no conjunto, em função de suas habilidades, uma posição superior, tal como a de primeiro violino. Algo impensável em certas culturas, onde as tradições determinam os papéis dos sexos.

Para Hartung, o trabalho é recompensador, também porque integrar a Filarmônica Jovem de Colônia é um cartão de visita para os músicos. Muitos deles conseguem, depois de formados, ingressar em orquestras européias de renome ou fazer carreira de solistas.