A tragédia com o avião da Chapecoense

O acidente ocorreu na madrugada desta terça-feira (29/11) na região montanhosa conhecida como El Gordo, a cerca de 50 quilômetros de Medellín, no noroeste da Colômbia.

A aeronave modelo British Aerospace (BAE) 146, de fabricação britânica, operada pela boliviana LaMia (foto de arquivo), teria se partido em três partes durante um pouso forçado.

Inicialmente, a lista fornecida pelas autoridades indicava que até 81 pessoas poderiam estar a bordo, incluindo 72 passageiros e nove tripulantes. Mais tarde, autoridades confirmaram um total de 71 mortos e seis feridos. Quatro pessoas não embarcaram de última hora.

A equipe do Chapecoense viajava para Medellín, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia. O time embarcou num voo comercial a partir de São Paulo e com conexão em Santa Cruz de la Sierra. De lá, o avião partiu rumo a Medellín.

Entre os destroços da aeronave, as equipes de resgate encontraram partes dos uniformes da Chapecoense. Estavam a bordo 22 jogadores de futebol, 25 dirigentes, membros da comissão técnica e convidados da equipe, além de 21 jornalistas brasileiros.

Segundo as autoridades locais, seis pessoas foram resgatadas com vida, mas uma morreu a caminho do hospital. Entre os sobreviventes estão os jogadores brasileiros Alan Ruschel (foto), Jackson Follmann e Hélio Zampier Neto.

Entre os sobreviventes está o jornalista brasileiro Rafael Henze. De acordo com as equipes de resgaste, Henze foi encontrado com vários ferimentos, mas sua condição é estável. O jornalista foi levado para o hospital de La Ceja.

Herói da classificação para a final da Sul-Americana, com uma defesa-chave na semi contra o San Lorenzo (foto), o goleiro Danilo chegou a ser resgatado com vida e foi levado para um hospital em Rionegro, próximo a Medellín. Porém, não resistiu aos ferimentos.

Após a notícia do acidente, fãs da equipe começaram a se aglomerar em frente à Arena Condá, estádio do time na cidade de Chapecó, Santa Catarina.

Um dia depois da tragédia, torcedor mirim chora pela perda dos ídolos nas arquibancadas da Arena Condá, em Chapecó.

No estádio do Atlético Nacional, em Medellín, dezenas de milhares de torcedores vestidos de branco prestaram tributo às vítimas da tragédia aérea, no dia 30 de novembro. Os jogadores do clube homenagearam os colegas da Chapecoense, com quem jogariam partida na final da Copa Sul-Americana.

No estádio em Medellín, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, fez discurso emocionado. "As expressões de solidariedade que aqui encontramos nos oferecem um consolo imenso, uma luz na escuridão, num momento em que estamos todos tentando compreender o incompreensível", disse.

Torcedores da Chapecoense se despediram de seus ídolos numa cerimônia na Arena Condá, em 3 de dezembro. Apesar da chuva, milhares de pessoas foram ao estádio do clube para receber os caixões de jogadores, dirigentes e membros da comissão técnica do time. O presidente Michel Temer acompanhou a cerimônia, mas não discursou.

A última partida do Chapecoense aconteceu em 27 de novembro, contra o Palmeiras, em São Paulo. A equipe perdeu por 1 a 0 na penúltima rodada da série A do Campeonato Brasileiro. Na foto, Alan Ruschel, um dos sobreviventes do acidente aéreo na Colômbia.

No dia 26 de dezembro, relatório divulgado por investigadores colombianos revelou série de erros humanos. Pilotos sabiam da falta de combustível. Aeronave trasnportava 400 quilos a mais do que o permitido e não estava certificada para voar acima de 29 mil pés. Mesmo assim, autoridades bolivianas aprovaram o plano de voo.