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A motorista de ônibus Marion Thoma, de Augsburg

22 de abril de 2010

Todos os dias, a motorista de ônibus Marion Thoma faz seis vezes o mesmo percurso ao redor do centro da cidade de Augsburg. Ainda assim, cada viagem é uma nova viagem, assegura ela.

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"Cada dia é um novo dia": é com essa filosofia de vida que a motorista de ônibus Marion Thoma, de 35 anos, encara o seu trabalho cotidiano. Mesmo que ela tenha que fazer – todos os dias – o mesmo trecho ao redor do centro de Augsburg.

Três horas dura a viagem no ônibus movido a gás conduzido por Marion. Não há pausa para descanso – um motivo para os colegas motoristas de ônibus fumantes evitarem essa rota.

Marion conhece em detalhes cada centímetro do trecho que ela percorre diariamente. Ainda assim, é um trabalho que exige concentração, afinal ela precisa conduzir um ônibus articulado de 18 metros através do trânsito matinal de Augsburg.

Estresse à parte, Marion não perde o bom humor e a disposição para ajudar.

Longe da cidade grande

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Uma pausa para o caféFoto: DW

Hoje Marion não consegue se imaginar trabalhando em outra profissão. O curioso é que ela chegou por acaso a esse trabalho. "Eu vi um anúncio num jornal e resolvi me candidatar. Deu certo. No início, eu era motorista de bonde. Depois de dois anos fiz a carteira de motorista para ônibus e hoje estou habilitada para conduzir ambos", conta.

Antes de começar neste emprego, Marion era motorista do correio em Munique. Mas ela não estava feliz com o estresse e a impessoalidade da cidade grande. Por isso optou por Augsburg, uma cidade de tamanho médio na Alemanha, de 250 mil habitantes.

Para morar, ela escolheu um local ainda mais pacato: um vilarejo nas proximidades de Bobingen, uma cidade a cerca de 30 quilômetros e o local onde ela nasceu. Marion gosta da vida no campo, da paz e do ar puro.

Marido na mesma profissão

Marion é casada e também o marido dela é motorista de ônibus. O casal não tem filhos. A exemplo de muitas mulheres alemãs, Marion é cética quanto a combinar família e trabalho. "Hoje em dia é uma decisão difícil. Gosto do meu trabalho e acho que profissão e crianças não combinam", opina.

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Fim de mais um expedienteFoto: DW

O que ela mais gosta no seu trabalho é lidar com as pessoas. Todos os dias ela tem contato com os passageiros, e muitos deles são pessoas legais, conta Marion. Mas há também aqueles que só querem incomodar. E cada vez mais comum são os jovens que entram no ônibus com uma garrafa na mão e ficam duas horas sentados no fundo para beber.

Marion conta que, quando observa esses jovens pela câmera interna, ela tem um sentimento ruim.

Férias sempre em lugares diferentes

Também na vida privada Marion pode estar atrás do volante. Mas ela evita o quanto pode usar o próprio carro – na prática, somente para se deslocar entre o trabalho e a sua casa. As demais coisas ela faz de bicicleta: "Eu já estou o dia todo no volante, mesmo." Para manter a forma, pratica a corrida.

Quando sai de férias, Marion quer sempre ver algo novo. Por isso ela nunca vai duas vezes ao mesmo lugar. E também por isso ela gosta do trabalho de motorista de ônibus, mesmo que tenha de fazer todos os dias a mesma rota – e isso seis vezes. "Cada viagem é uma nova viagem."

Autor: Georgios Pappas (as)
Revisão: Bettina Riffel