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Copa 2006

7 de dezembro de 2006

A Alemanha investiu bilhões de euros em infra-estrutura e agora contabiliza os lucros obtidos com o Mundial. O balanço do torneio foi apresentado em Berlim.

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Torcedores alemães vibraram com a seleção. Agora quem comemora é o governoFoto: AP

Econômica, política e esportivamente, a Copa do Mundo da Alemanha foi um sucesso. A afirmação, que antes partia da boca dos milhões de felizardos que puderam estar no país durante o Mundial, agora é confirmada por números. Nesta quarta-feira (06/12), o ministro alemão do Interior, Wolfgang Schäuble, apresentou em Berlim o balanço final do torneio.

Os dados refletem a magia e a alegria que tomaram conta da Alemanha durante o evento. E, além disso, revelam as cifras milionárias resultantes da invasão de turistas vindos de todos os cantos do planeta. Os objetivos foram alcançados e a segurança, em tempos de ameaças terroristas, funcionou conforme o planejado.

Deutschlenad Bundestag Terrorgesetz Wolfgang Schäuble
O ministro Wolfgang Schäuble apresentou em Berlim o balanço final da CopaFoto: AP

A Copa da Alemanha, a mais bem organizada da história, na opinião de muitos, passa a servir como exemplo para os Mundiais que estão por vir: 2010 na África do Sul e 2014 na América do Sul – o Brasil é candidato único. Se o país do futebol tiver o privilégio de sediar novamente uma Copa do Mundo, copiar a Alemanha não será uma má idéia.

Faturamento bilionário

"O mundo entre amigos" foi o lema do campeonato, como demonstração da hospitalidade e da simpatia que a Alemanha se propôs a oferecer aos visitantes, na expectativa de apagar a imagem de país pouco aberto a estrangeiros.

Economicamente, a realização da Copa do Mundo aqueceu o comércio do país com alguns bilhões de euros. A Associação de Comerciantes Alemães informou, através do balanço oficial, que o torneio gerou diretamente 2 bilhões de euros. Só os setores hoteleiro e de gastronomia, por exemplo, tiveram juntos uma receita adicional de 300 milhões de euros. A Agência Federal do Trabalho contabiliza 50 mil novos postos de trabalho, impulsionados pelo evento.

O governo alemão teve, é claro, de fazer investimentos, mas teve um pomposo retorno financeiro. O Ministério das Finanças arrecadou com impostos 7,2 milhões de euros da Fifa (Federação Internacional de Futebol) – referente às premiações pagas pela entidade –, 57 milhões de euros do Comitê Organizador e 40 milhões de euros sobre a venda de ingressos.

Herança para o futuro

Theo Zwanziger Fußball WM 2006
Theo Zwanziger, presidente da DFB: 'Passamos uma boa imagem da Alemanha reunificada'Foto: AP

"O Mundial foi a melhor campanha publicitária contra a xenofobia e a favor da integração", declarou Schäuble, satisfeito com os resultados. Antes da Copa do Mundo, porém, focos isolados de racismo tiravam a tranqüilidade dos organizadores do torneio.

No entanto, o esquema de segurança funcionou perfeitamente, inibindo qualquer manifestação racista. Não houve incidentes. Em Berlim, um dos assuntos abordados na apresentação do balanço foi justamente o trabalho realizado pelas forças de segurança e a coordenação entre elas. A polícia alemã contou com o apoio de 500 policiais estrangeiros durante o torneio.

Durante o Mundial o país viveu um clima de cordialidade como em outras poucas ocasiões. "O Mundial foi um grande evento e todos podemos nos alegrar pelo resultado. Passamos uma boa imagem da Alemanha reunificada", declarou o presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Theo Zwanziger.

A longo prazo, esse é um dos principais méritos obtidos pela Alemanha com a realização da Copa do Mundo, uma herança positiva para as futuras gerações. Sem contar os 3,7 bilhões de euros investidos em infra-estrutura, que poderão ser desfrutados por muitos e muitos anos. (lf)