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HistóriaAlemanha

1973: As duas Alemanhas entravam nas Nações Unidas

Publicado 18 de setembro de 2015Última atualização 18 de setembro de 2020

Em 18 de setembro de 1973, a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental eram admitidas como membros da ONU. Esta é uma das consequências da política de distensão do então chanceler federal Willy Brandt.

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Chanceler federal ocidental Willy Brandt e o secretário geral da ONU, Kurt Waldheim em foto de 1973
Em 1973, o então chanceler federal ocidental, Willy Brandt, cumprimenta o secretário geral da ONU, Kurt WaldheimFoto: picture-alliance/dpa

A Organização das Nações Unidas foi fundada em 1945, mas a Alemanha só foi admitida como membro a partir de 18 de setembro de 1973. As razões do atraso são históricas.

Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, a Alemanha – em seu todo – era vista como um "país inimigo" pela ONU, cuja fundação, em 1945, fora uma reação às devastações da guerra. Posteriormente, a divisão da Alemanha e o início da Guerra Fria impediram a admissão dos dois Estados alemães. Era preciso encontrar uma fórmula de consenso para que também os alemães pudessem participar das Nações Unidas.

Isso só aconteceu em 1972, com a assinatura do chamado Tratado de Bases entre a Alemanha Ocidental, capitalista, e a Alemanha Oriental, de regime comunista, uma das principais consequências da chamada Ostpolitik (política para o Leste) do então chanceler federal Willy Brandt. Com ele, a Alemanha Ocidental abriu mão da aspiração de ser a única representante internacional de todo o povo alemão.

Com a nova situação, tanto os aliados ocidentais – os EUA, o Reino Unido e a França – como a União Soviética aceitaram também a admissão dos dois Estados alemães como novos membros da Organização das Nações Unidas. 

Tratamento distanciado, mas cortês

Quase 28 anos depois da fundação da ONU, a 18 de setembro de 1973, a República Federal da Alemanha (Ocidental) e a República Democrática da Alemanha (Oriental) foram admitidas então na organização mundial. As duas delegações foram conduzidas ao plenário e ocuparam duas fileiras, entre as delegações de Gâmbia e Gana.

O ingresso na ONU não foi, no entanto, o primeiro contato da Alemanha Ocidental com as entidades internacionais. Já a partir dos anos 1950, o país participava ativamente dos órgãos especializados da ONU, por exemplo, da Unesco e da FAO. Tinha um status especial de país ativo, embora sem filiação. A Alemanha Oriental teve um pouco mais de dificuldade na sua aproximação com as Nações Unidas.

Dentro da ONU, os dois Estados alemães mantiveram tratamento distanciado, mas sempre cortês entre si. As suas divergências políticas jamais foram levadas abertamente ao plenário das Nações Unidas. Até 1990, os dois Estados alemães fizeram parte da ONU. Com a reunificação do país, a República Democrática da Alemanha deixou de existir e a República Federal da Alemanha passou a ser a representante única do Estado alemão.